A direção da Santa Casa de Rio Grande conseguiu aumentar a insatisfação de funcionários e visitantes ao proibir o uso de chinelo e bermuda no hospital.

A decisão do bispo emérito católico Dom José Mário Stroeher e da empresa paranaense de consultoria que faz a gestão do hospital, está sendo considerada arbitrária por visitantes de pacientes internados. Já os funcionários, com salários atrasados, temem demissão e não conseguem ser ouvidos pela cúpula da Santa Casa.

ESTUPIDEZ

Na contramão de uma cidade com  predominância de trabalhadores humildes e significativa parcela de desempregados, a direção da Santa Casa resolveu afixar nas dependências da entidade um cartaz (foto acima) anunciando aos funcionários e visitantes que não podem mais acessar as dependências do hospital usando boné, chinelo de dedos, regata, bermuda e até saia curta. O bispo presidente e os consultores da empresa paranaense decretaram que as peças são “inadequadas”. Atendentes da portaria têm sido interpelados por visitantes, inconformados com a decisão.

Aos prantos, em depoimento ao Site Edson Costa Repórter, três funcionárias disseram que as chefias, internamente, estão barrando até o uso de maquiagem e brincos.

SEMICLAUSURA

Com salários em atraso, os funcionários são impedidos do acesso às salas da presidência e dos administradores.Muitos funcionários e visitantes querem levar sugestões e reclamações aos dirigentes, mas são barrados. A direção implantou uma porta eletrônica no andar da administração e só quem tem um cartão magnético com senha consegue acessar. O privilégio é de poucos, como chefes dos principais setores, pertencentes à confiança máxima dos administradores, do bispo Stroeher e do pastor luterano emérito Ruben Bonato, vice-presidente da Santa Casa.

 O CONTRADITÓRIO

Site Edson Costa Repórter pediu formalmente explicações ao presidente Dom José Mário Stroeher, que preferiu não se manifestar a respeito. Já os dois administradores da empresa de consultoria, Luciano Ramos Lopes e Cláudio Pirutti, responderam prontamente. Foram solicitados esclarecimentos sobre as medidas e uma cópia do ato administrativo com as motivações da adoção das normas. Os administradores responderam que “os assuntos são de expedientes internos, como normas e rotinas da Instituição”.