O Movimento Aliança Rio Grande, que reúne as maiores entidades do setor produtivo do município, lançou veemente repúdio nesta segunda-feira (06) à forma como o Executivo Municipal vem conduzindo as ações na pandemia do novo coronavírus. “Mais de três meses depois do início da pandemia, o Executivo declara um novo fechamento do comércio sem ter aumentado uma vaga de leito hospitalar ou construído um plano de combate aos efeitos do coronavírus eficiente”, ressaltam as lideranças.
A BANDEIRA PRETA
Na manhã de hoje as entidades debateram o assunto. “Estamos vendo somente o travamento do comércio e queremos ver qual a estratégia para minimizar os problemas”, afirma o presidente da Câmara de Comércio e coordenador do Aliança Rio Grande, Paulo Bertinetti. O Movimento ainda questiona a Prefeitura os motivos pelos quais estão sendo ignoradas defesas científicas como a do professor da Furg, Cristiano Oliveira, que diz que “é descabida a responsabilização dos moradores do município pelo recente aumento de casos de Covid-19, pois, não existem evidências de que a maior mobilidade de pessoas gere aumento no número de casos”. Apontam que não há fundamento para colocar Rio Grande em bandeira preta, fechando o comércio e definhando empregos, tendo em vista que não há comprovação de sua relação com o aumento de casos. A posição foi mais dura ainda com as medidas adotadas pela Prefeitura. Pelo lado do Executivo, o aumento de casos deveria contar com aumento de estrutura, algo que desde o mês de março é solicitado e não é atendido. “O Executivo Municipal recebeu mais de R$ 7 milhões nos primeiros meses do combate, está recebendo mais de R$ 27 milhões do Governo Federal e não investe na contratação de leitos de UTI, medicamentos e infraestrutura de saúde”.
INJUSTIÇA HISTÓRICA
Para o Aliança Rio Grande, culpar a população que tentou voltar a viver, cumprindo uma série de exigências, é um grave erro e uma injustiça histórica. “Nossas autoridades do Executivo e Universidade devem trabalhar para garantir atendimento nos hospitais”, destaca a nota. “Um estudo que deveria ser realizado entre Furg e Prefeitura, mais eficaz do que parar a atividade econômica quebrando mais empresas e gerando mais desemprego, seria testar os inúmeros medicamentos que estão sendo usados e receitados pela área médica, como a ivermectina, por exemplo, para aplicação em Rio Grande. Esse estudo poderia trazer resultados muito mais promissores”.
FALTA DE PLANEJAMENTO
Para o Movimento Aliança, fechar as empresas nesse momento mostra falta de planejamento no combate ao coronavírus em Rio Grande. “Aceitamos num primeiro momento, o fechamento, meses atrás, na esperança que o sistema de saúde fosse preparado. A cidade recebeu muitos recursos e doações. O governador do Estado atendeu ao chamado quando solicitado e o Executivo Municipal não faz os investimentos necessários, penaliza nosso trabalho gerando medo, incertezas e uma nova onda de quebradeira de empresas”, afirmou o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas, Igor Klinger.
O Movimento Aliança Rio Grande solicita às autoridades que reanalisem essas decisões e invistam os recursos recebidos na compra de equipamentos, de medicamentos e na contratação de pessoal qualificado para os hospitais. “O mundo terá que conviver com o coronavírus até uma vacina definitiva e o único meio de termos segurança no enfrentamento, é se o serviço de saúde for respeitado e receber os investimentos para atender a população”, advertiram as lideranças. “Essa responsabilidade no município é do prefeito”, finalizou o Movimento Aliança Rio Grande. O prefeito Alexandre Lindenmeyer (PT) ainda não se manifestou a respeito.
Foto: Banco de Dados/Site
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