Com a população insatisfeita diante das indefinições do Executivo de Rio Grande sobre o avanço do coronavírus, vários setores estão sendo mais incisivos em busca de respostas do prefeito Alexandre Lindenmeyer (PT) diante da dramática situação vivida no município. A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) resolveu fazer uma nota pública nesta quarta-feira (29) sobre a inexistência, até o momento, de um protocolo de tratamento precoce para evitar o agravamento da doença nos pacientes infectados pela Covid-19 em Rio Grande. Os empresários lembraram que cinco dias atrás a CDL participou de reunião com a Secretaria Municipal da Saúde, representantes de hospitais e autoridades do setor produtivo, manifestando preocupação pela inexistência de protocolo sobre tratamento precoce.

ÊXITO EM GRAMADO

O diretor institucional da CDL, Renato Juliano Lima, indagou o secretário Maicon de Barros Lemos “se existia em Rio Grande protocolo similar ao que foi adotado em Gramado (RS) para o tratamento precoce no combate ao agravamento da Covid-19 no paciente infectado”. O empresário justificou seu questionamento apontando o sucesso em Gramado na adoção do protocolo de uso de medicamentos alternativos, como a hidroxicloroquina. O secretário da Saúde do governo de Rio Grande, Maicon de Barros Lemos, disse que se reuniu com sindicatos e representações médicas, “mas não chegaram a um consenso sobre a padronização de protocolo”. Por tal motivo, segundo Barros, o município não adotou o procedimento. O secretário afirmou que “a Prefeitura disponibiliza os medicamentes quando prescritos pelos médicos, mas não há um protocolo municipal sobre o tema”.

HIDROXICLOROQUINA

A fala do diretor institucional da CDL de Rio Grande, Renato Juliano Lima, foi uma menção ao trabalho do Conselho Técnico para Enfrentamento ao Coronavírus do Hospital São Miguel, de Gramado, que com o suporte da Secretaria da Saúde do município da Serra Gaúcha apresentou a experiência do uso de medicamentos alternativos, como a hidroxicloroquina, no tratamento de pacientes com Covid-19. Segundo os dados oficializados, 152 pessoas foram submetidas ao método preventivo e nenhuma delas evoluiu para um quadro mais grave da doença. Para o médico neurologista Fabiano Rossetti Ruoso, coordenador da UTI do Hospital São Miguel, “a terapia é favorável quando o paciente está no início dos sintomas de síndrome gripal”.

MORTE 

Nesta quarta-feira, mais uma pessoa morreu em Rio Grande pela Covid-19, um aposentado de 70 anos, sintomático para a doença. O município já tem 62 óbitos nesta pandemia. Cinquenta pessoas testaram positivo hoje para o coronavírus. A UTI Covid-19 da Santa Casa tem nove dos seus dez leitos ocupados.


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