Pesquisadores analisaram a dieta de tachã, bovinos e ovinos que ocupam áreas próximas à Estação Ecológica do Taim, em Rio Grande. Eles descobriram que não só não há competição de alimento entre a ave e o gado, como a tachã pode ter um papel importante no controle de plantas daninhas. Os pesquisadores pertencem ao Programa de Pós-Graduação em Biologia de Ambientes Aquáticos Continentais do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Rio Grande– Furg.

CONHEÇA MELHOR O ASSUNTO 

No Estado do Rio Grande do Sul, uma parte do território é utilizada para criação de gado, em pastagens nativas e enriquecidas. Aves nativas, como a tachã (Chauna torquata), podem ser encontradas nesses ambientes e provocar conflitos com fazendeiros, devido à aparente competição com ovinos e bovinos por pastagem. Foram coletadas amostras de fezes e de sangue, possibilitando a análise e identificação das plantas que esses animais consomem, assim como quais são as utilizadas para a formação dos seus tecidos. Das plantas identificadas na dieta da ave, a grama-boiadeira (Luziola peruviana) é considerada uma planta daninha e de fácil dispersão em canais de irrigação.

A espécie pode reduzir a qualidade da água, elevando os custos para a produção de arroz. Assim, além do fato de tachãs não interferirem na alimentação do gado, a ave realiza um importante serviço ecossistêmico no controle biológico natural de plantas daninhas presentes em ambientes irrigados. “A presença da ave beneficia diretamente o orizicultor”, refere a pesquisa. Conforme aponta o texto do estudo, de responsabilidade de Cínthia Fernandez, a colaboração de fazendeiros locais foi fundamental para que essa pesquisa fosse realizada, e os resultados auxiliam no entendimento do papel ecológico da ave nativa na região.

Tachã

Tachã. Clique para ampliar.

Clique AQUI ou no player abaixo para ouvir os sons da Tachã, capturados por Cláudio Timm.

 

(Fotos: ICMBio e Wiki Aves)