A situação dramática das finanças do Hospital Santa Casa de Rio Grande está provocando sérios prejuízos ao sistema de atendimento, o que se agravou com o anúncio feito nesta sexta-feira (29) de paralisação dos serviços médicos. Por unanimidade os profissionais decidiram em assembleia pela paralisação das atividades eletivas e os atendimentos que não representam risco de morte aos pacientes. A suspensão do atendimento será a partir de 28 de dezembro. Os médicos condenam a postura da atual administração, a cargo de Renato Menezes da Silveira, presidente da Santa Casa. Menezes já foi notificado da decisão. Os médicos denunciam que já são cinco meses sem recebimento de honorários. Eles alegam que também não existe um canal de comunicação claro e transparente com os médicos por parte da direção da Santa Casa. Os dois sindicatos revelaram que a situação tem levado diversos profissionais a abandonarem as escalas. O diretor da Região Sul do Simers, Marcelo Sclowitz, disse que a situação compromete o atendimento médico e coloca em risco a continuidade dos serviços. O médico Sandro Gonçalves Oliveira, presidente do sindicato da categoria de Rio Grande, disse que “é inadmissível este comportamento da Santa Casa”. Sandro teme que, se for mantido este cenário, poderá haver falta de profissionais para atendimento à demanda.

RISCO IMINENTE

Em caso de paralisação, os médicos irão manter exclusivamente os atendimentos “em casos de iminente risco de vida”. Pacientes que necessitem de atendimento, mas com situação que não configure urgência ou emergência, deverão ser encaminhados para outras unidades de saúde. Foi deliberado que, para a retomada dos serviços médicos, os profissionais exigem, cumulativamente, algumas condições. A primeira delas é que no prazo de até 30 dias seja efetuado o pagamento de dois meses de honorários médicos em atraso. Nos 30 dias subsequentes precisa haver o pagamento de mais dois meses de honorários médicos em atraso, seguido da apresentação de um plano de pagamento detalhado, contemplando a quitação do restante dos honorários médicos. Caso não haja cumprimento das medidas por parte da cúpula da Santa Casa dentro dos prazos estipulados, foi deliberado que, a partir do dia 28 de dezembro, os médicos paralisarão as atividades eletivas e os atendimentos que não representem risco de morte aos pacientes. Fica assegurado que a assistência em situações emergenciais será mantida, em conformidade com os preceitos éticos e legais. O Site Edson Costa Repórter já pediu manifestação formal ao presidente da Santa Casa. 

(Foto: Site Edson Costa Repórter)