Descumprindo o prometido aos médicos que fizeram no final de dezembro um protesto paralisando parte dos atendimentos, a cúpula do Hospital Santa Casa novamente está às voltas com a retomada do movimento paredista, previsto para ser deflagrado no primeiro minuto deste sábado (11).

 

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A direção do corpo clínico, em ofício encaminhado nesta sexta-feira (10) ao presidente da Santa Casa, Renato Menezes da Silveira e ao diretor técnico Wagner Pedrotti, deixa claro o clima de total insatisfação. A nota, assinada pelo diretor Bruno Baquini Martinelli, coloca que a paralisação nos serviços decorre da inadimplência dos honorários médicos desde setembro de 2024. “Desde o princípio, o corpo médico agiu de boa-fé e com comedimento em suas ações, buscando o diálogo e a conciliação durante o processo de negociação dos quatro meses de remuneração em atraso. Ainda, depois de transcorrido o prazo de 30 dias da notificação de paralisação dos serviços, houve nova deliberação do corpo médico em acatar, de boa-fé, o pedido da Administração do hospital de maior prazo para a regularização dos pagamentos, adiando-se o estado de greve até a data de hoje, 10 de janeiro, condicionado ao adimplemento parcial das obrigações financeiras do hospital, o que não ocorreu”, aponta a nota.

SEM RECUO

Os médicos em protesto compreendem que toda paralisação de atendimento em instituições de saúde pode acarretar prejuízos para a população e constrangimentos às instituições e aos reivindicantes. “Temos direito à nossa reivindicação, ao movimento coletivo, às boas condições para o exercício da profissão e à obtenção de remuneração condigna e regular”. Diante da não quitação dos valores solicitados durante a negociação, pelo menos a competência de setembro/2024 e 40% de outubro de 2024, a categoria está em estado de paralisação até que haja a quitação total dos pagamentos em atraso.

Neste período serão mantidos exclusivamente os atendimentos de urgência e emergência, visando atender as necessidades inadiáveis dos pacientes, ou seja, as que se não atendidas podem colocar o paciente em perigo iminente. “Resta à administração do hospital o redirecionamento dos demais pacientes para serviços de saúde que possam atender às demais demandas de saúde”, frisa o comunicado. O Corpo Clínico enviou cópia do expediente ao Cremers, Secretaria da Saúde de Rio Grande, Coordenadoria Regional da Saúde, em Pelotas, e ao Ministério Público.

(Fotos: Site Edson Costa Repórter)