O presidente da Santa Casa de Rio Grande, Renato da Silveira, justificou o atraso na remuneração dos médicos– uma das consequências da crise na instituição hospitalar. “Os atuais atrasos foram motivados por uma queda nos repasses por parte do IPE Saúde e o já conhecido motivo histórico, a desvalorização da Tabela SUS”. Pelo menos foi a alegação de Silveira ao Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) em reunião nesta terça-feira (14). Argumentou Renato da Silveira que a Santa Casa, sem subsídios vultosos do Município, não tem como seguir atendendo a demanda SUS. Ele quer aumentar em pelo menos 30% a saúde suplementar em busca do equilíbrio, para ser um hospital superavitário, acredita. Saúde suplementar é o setor da saúde privada que oferece planos e seguros de assistência médica. É um modelo que complementa o Sistema Único de Saúde.

O presidente da Santa Casa sonha em ver a dívida do hospital de quase R$ 500 mil caindo para R$ 190 mil com a homologação do processo de recuperação judicial que está em andamento. Mesmo assim, a situação seguiria caótica e ao aguardo de novas medidas saneadoras. Ele ainda repassou ao Simers a informação que espera o repasse via Ministério Público Federal (MPF) de R$ 14 milhões nos próximos dias para pagar os R$ 13 milhões que o hospital deve aos médicos desde setembro do ano passado, segundo foi dito ao Simers. Isto tende a avançar numa reunião com o MPF amanhã (16), às 15 horas. O dinheiro é proveniente do Fundo de Reconstituição de Bens Lesados. A Santa Casa ainda não possui data para pagar o que deve aos médicos que estão em protesto desde o último dia onze, reduzindo os atendimentos eletivos. Os médicos deverão se reunir também amanhã à noite para deliberar sobre os rumos do movimento.

O presidente do Simers, Marcelo Matias, que ontem deu entrevista exclusiva ao Site Edson Costa Repórter, veio a Rio Grande e teve reunião com o presidente da Santa Casa, Renato da Silveira (fotos)Nos semblantes, o retrato do momento aflitivo vivido na instituição que atravessa a pior crise financeira e gerencial em seus quase 200 anos de existência.

(Fotos: Divulgação/Simers)