O promotor de justiça Márcio Schlee Gomes (foto), que atuou por quinze anos na área criminal da comarca de Rio Grande, foi escolhido para o cargo de desembargador do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Duas vagas estavam destinadas ao Ministério Público pelo chamado Quinto Constitucional.

Schlee Gomes teve seu nome anunciado para o cargo nesta segunda-feira (3) pelo governador do Estado, Eduardo Leite, em seu perfil na rede social X. O outro nome escolhido foi o do procurador João Pedro de Freitas Xavier.

Desembargadores

Desembargadores João Pedro e Márcio

As duas listas tríplices foram definidas na última quinta-feira, 30 de janeiro, pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça, a partir de listas sêxtuplas elaboradas pelo Conselho Superior do MPRS no dia 23 de setembro do ano passado. O Quinto Constitucional é um instrumento de democratização do Poder Judiciário previsto na Constituição e que garante 20% das vagas dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados e do Distrito Federal e Territórios a integrantes do Sistema de Justiça que não sejam da carreira da magistratura, como membros do Ministério Público e advogados.

NOME RESPEITADO

O promotor Márcio Schlee já atuou em mais de 600 julgamentos pelo Tribunal do Júri. Mestre em Ciências Jurídico-Criminais pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, participou do mais rumoroso julgamento na área criminal do município do Rio Grande, que alcançou repercussão nacional. Em fevereiro de 2002 ele atuou na acusação de Paulo Sérgio Guimarães da Silva, “Titica”, chamado de Maníaco da Praia do Cassino.

Ele foi o responsável por sete assassinatos em série, principalmente na Praia do Cassino. Na mesma época, houve o julgamento do caso do Maníaco do Parque, em São Paulo. Os dois casos seguidos colocaram o Brasil em destaque nos noticiários internacionais, pois envolveram dois serial killers. O promotor Márcio admite que se preparou muito para conseguir a condenação do réu. No final, ”Titica” acabou condenado a 171 anos, pena que por outros crimes anteriores foi aumentada para 184 anos e 10 meses de prisão.

(Fotos: Arquivo pessoal/MSG/MPRS)