Os médicos que prestam serviços na Unidade de Pronto Atendimento– UPA Junção decidiram que irão paralisar o atendimento eletivo no próximo dia 20 de janeiro. O clima na UPA é de total insegurança, relataram médicos, o que foi confirmado na tarde desta sexta-feira (20) pela assessoria do Simers, com sede em Porto Alegre, ao Site Edson Costa Repórter.

ENTENDA A CONFUSÃO

Os médicos reclamam de atraso no sistema de pagamento. Em Assembleia Geral Extraordinária, promovida pelos Sindicatos Médicos do Rio Grande do Sul e de Rio Grande– Simers e Simerg, com a presença de 41 médicos prestadores de serviços da UPA, ficou definida uma proposta a ser encaminhada à Prefeitura Municipal. Eles propõem que o pagamento dos honorários de outubro de 2024 deverá ser realizado até o próximo dia 31 de dezembro. Já os honorários de novembro de 2024 terão que ser pagos até 31 de janeiro de 2025, juntamente com os valores mensais. O pagamento dos honorários de dezembro de 2024 deverá ser feito até 28 de fevereiro de 2025, juntamente com o pagamento mensal.

“Caso não haja avanços nas negociações e os pagamentos não sejam realizados nos prazos estipulados, os médicos decidiram, por unanimidade, paralisar os atendimentos que não representem urgência e emergência com risco de vida”, anunciam os profissionais. Eles decidiram pela suspensão do atendimento das fichas verdes e azuis, a partir de 20 de janeiro. A confirmação veio também através do presidente do Sindicato Médico de Rio Grande, Sandro Oliveira, que comandou a assembleia.

Os médicos manifestaram, de forma unânime, além do descontentamento com a falta de pagamento dos honorários relativos aos meses de outubro e novembro, a ausência de previsão para quitação desses valores. “Também, os profissionais relataram episódios de violência e o sentimento de insegurança na UPA e pediram para que fosse comunicado aos gestores municipais”, revelaram os sindicatos, sem esmiuçar as ocorrências. Ninguém da gestão compartilhada da UPA apresentou manifestação ainda. Os médicos manifestaram que não irão deixar de atender os casos de urgência e emergência que chegarem à UPA.

RESPOSTA – A secretária da Saúde de Rio Grade, Zelionara Branco, reagiu imediatamente e afirmou ao Site Edson Costa Repórter que “a Prefeitura está em dia com os repasses”. Seguiu pontuando que “o pagamento ao IBSaúde [administrador da UPA] é realizado pós-prestação de contas, ou seja depois de ser prestado o serviço e comprovadas as despesas. O contrato prevê um pagamento de 40% do valor do contrato ate o 5° dia útil do mês subsequente e 60% até o final da competência seguinte”. Segundo a secretária, a Prefeitura realizou o pagamento dos 40% de novembro no dia 07 e o pagamento dos 60% restantes será realizado até dia 30. A empresa administradora da UPA, explica, realiza o pagamento dos médicos por PJ, pós-prestação dos serviços, geralmente em torno do dia 20 do mês subsequente.

A autoridade municipal em Saúde respondeu ainda que existem valores informados em competências anteriores pelo IBSaúde que foram glosados e estão em análise por recurso administrativo. “As glosas são por não comprovação da despesa no formato dos termos do manual do controle interno do município”.

Argumenta que o município agilizou a análise da última prestação de contas com o intuito de antecipar o repasse, entendendo a situação dos profissionais. “Estamos em tratativas com a Secretaria da Fazenda para antecipar o repasse como forma de auxílio aos profissionais”.

“O gestor local do IBSaúde garante que a situação está controlada, e são alguns profissionais que estão buscando o sindicato médico. Até agora não houve formalização à instituição”, assegura a secretária.

UPA

(Fotos: Divulgação)