Em entrevista exclusiva ao Site Edson Costa Repórter, o presidente da Ocean Saúde, de SP, revelou hoje (14) como foi a ‘radiografia’ feita nos diversos setores do Hospital Santa Casa de Rio Grande, cujas conclusões foram entregues ao promotor de Justiça Érico Rezende Russo na tarde desta sexta-feira. Um grupo de trabalho ficou vários dias percorrendo os setores do hospital, recolhendo documentos e informações sobre a realidade instalada.
A empresa de São Paulo, com expertise na área, pretende realizar a gestão do hospital que mergulhou em profunda crise financeira e moral em abril de 2015, acumulando hoje uma dívida de quase R$ 250 milhões. A Santa Casa sofreu intervenção do Município, por decisão do prefeito Alexandre Lindenmeyer, respaldado pelo Ministério Público à época. O administrador Rodolfo Gehlen de Brito já havia sido afastado do comando da entidade, passando a responder procedimentos instaurados pelo Ministério Público.
O QUE ESTÁ ACONTECENDO
Algumas empresas tentam se habilitar para a gestão do complexo, mas esbarram em impedimentos legais e na falta de estrutura para o controle do hospital, em meio à dívidas gigantescas com funcionários, médicos, fornecedores, prestadores de serviços e ações judiciais, além de milionários empréstimos contraídos junto à rede bancária. Uma das pretendentes, a Associação Vila Nova, de Porto Alegre, que formalizou interesse dias atrás, já teve sua situação investigada e apareceram processos contra diretores. A proposta apresentada pela associação da capital gaúcha não contempla ações capazes de recuperar o complexo hospitalar de porte regional. Outras entidades também manifestaram interesse na gestão. O presidente da Ocean Saúde e o consultor jurídico Vandré de Moura Padilha estiveram reunidos hoje com o promotor, protocolando o diagnóstico com o conteúdo da proposta de gestão da Santa Casa.
Como estava previsto, a Ocean Saúde trouxe uma equipe técnica de diferentes áreas para colher informações, conforme havia anunciado dias atrás o interlocutor institucional, Flávio Pradié, da PRX Assessoria, empresa que acompanha as etapas do trabalho. Segundo o médico Gilberto Pontes, presidente da organização, “a Santa Casa é um paciente em leito de UTI, mas com tratamento e medicamento certos será plenamente possível salvá-la”.
A equipe de Gilberto Pontes obteve muitas informações, mas não conseguiu a liberação de alguns contratos que a Santa Casa possui em andamento. Outros somente foram liberados poucas horas antes do encontro da direção da Ocean Saúde com o promotor Érico Russo, atrapalhando um pouco a análise mais aprofundada de conteúdos específicos. Com o que a equipe apurou, foi possível elaborar seu diagnóstico e a proposta, documento técnico entregue hoje mesmo ao promotor Érico Russo. Cópia do expediente foi protocolada junto à vice-presidência da Santa Casa, para conhecimento.
A ENTREVISTA
Ao Site, o presidente da Ocean Saúde antecipou a linha de atuação de sua organização, sediada em São Paulo, dizendo estar à vontade para falar sobre o que considera “um grande desafio, tendo em vista a situação preocupante do hospital”. Caso assuma as ações de gestão, a Ocean tem como espinha dorsal a humanização do atendimento à sociedade, mesma prática a ser seguida em relação a funcionários, médicos e demais colaboradores da Santa Casa. “Iremos atuar de forma cristalina, com prestação de contas mensalmente através de um Portal de Transparência, veiculando na mídia as nossas ações”. Assegurou que “a credibilidade do hospital será recuperada e abriremos as portas para a fiscalização dos órgãos oficiais e da própria comunidade”.
Ao lamentar o atraso existente no sistema de pagamento de funcionários, foi enfático ao revelar que se assumir colocará os salários em dia. “Diretores somente receberão quando todos os funcionários estiverem com seus salários rigorosamente em dia”. Pontes também disse que irá negociar com todos os fornecedores da Santa Casa, mas antecipou que se precisar quebrar contratos não irá hesitar. “Quem deixar de honrar seus compromissos ou apresentar preços aviltantes, não irá trabalhar conosco”, avisou.
O presidente de Ocean Saúde antecipou que sua proposta contempla a criação de protocolos de integração para atender bem e de forma humanizada a todos os pacientes, desde a saúde básica até as etapas de tratamento hospitalar. Pelo protocolo, quando o paciente der alta, o hospital manterá contato para saber da recuperação, de forma a acompanhar e atualizar as informações de seu prontuário, medindo a eficácia dos procedimentos realizados durante a internação. Na próxima semana a direção da Ocean Saúde retorna a Rio Grande para uma reunião ampla, quando pretende apresentar suas conclusões e metas aos setores governamentais, de saúde e empresários.
Edson Costa
Sempre fico sabendo das novidades através da tua coluna( eu e todo mundo) no que venho a te agradecer muito , teu trabalho impecável me deixou um pouco tranquilo nesta função toda pelo menos ele tentarão estabilizar o HPsquiatrico
Para nos colaboradores nada é explanado nada de nada.Preciso de reunião com essas pessoas.Abraço amigo.Obrigada
Agradecido pela manifestação no Site, Margareth! O Hospital Santa Casa precisa ser recolocado na trilha do funcionamento normal. A saúde dos rio-grandinos não pode ficar entregue à incerteza. Abraço!
Ricos e pobres todos precisam desta Santa Casa ;patrimônio de tô
dos….
Perfeita colocação, Arnaldo. Rio Grande necessita ver a Santa Casa reerguida, para o bem de todos. Trata-se de um hospital regional, referência em diferentes áreas. Muito grato pela participação!
Com Deus no comando, a maldade e a mentira, não terão espaço. A população necessita urgentemente dessa entidade e, desejamos que os governos sensibilizem-se fazendo as suas partes, honrando com as suas obrigações, pois com saúde , não se brinca. Edson Costa, muito obrigado por ser transparente com a sociedade e, que Deus sempre te proteja.
Muito obrigado, Manuel! Rio Grande e o sul gaúcho precisam ter a Santa Casa reerguida. Muito importante a tua participação por aqui. Abraço!
Fui funcionário do pronto socorro em 1974, foi meu primeiro trabalho de carteira assinada. Trabalhei no HPS , ali tive um dos melhores ambientes de trabalho, a equipe era unida para qualquer situação, médicos, enfermeiros, técnicos,serviços gerais. Muitas vezes ficamos além da joranada de trabalho, pois HPS tem uma hora que falta pessoas devido ao acumulo de serviços de urgência. Os salários sempre foram pequenos. Sempre imaginei ter aqui em Rio Grande um HPS municipal, onde além do apoio federal, estadual, as empresas adotarem o hospital de proto socorro, ali a porta principal do hospital. Rio Grande passou por várias fases na economia, são 45 anos anos da minha vida observando . Não consigo entender está situação, quantas pessoas já morreram por falta de estrutura, hoje com uma população de mais de 200 mil pessoas e continuamos sem um HPS de estrutura de pronto atendimento. Qualquer cidadão poderá necessitar e no mediante da falta de estrutura morrer, seja rico, pobre, não interessa, aconteceu o problema é o HPS. Precisamos nos agrupar com urgência e o povo ter acesso a realidade de tudo, não somente para os gestores. O dinheiro entra e sai e na real ninguém consegue responder na integra, com documentos que provam ao onde está o dinheiro. SÃO 45 ANOS QUE EU ASSISTO ESTÁ NOVELA, ASSISTINDO SEM DEFINIÇÕES, PERIGANDO MORRER SEM ATENDIMENTO E DE NAIS PESSOAS.
Obrigada Edson Costa que Deus ajude que saia tudo ok um abraço
Muito obrigado, Ieda! Todos estão preocupados com o futuro do Hospital Santa Casa. Assuntos como os do campo da saúde pública são fundamentais e precisam ser repassados à população. Abraço.
Tomara que dê certo,pois Rio Grande está com o sistema de saúde tanto nos postos como nos hospitais precários,é preciso uma grande mudança no atendimento,pois nem a prefeitura conseguiu fazer uma boa gestão na Santa Casa,e me parece que deixou pior do que estava.Isto que contrataram especialistas em reerguer hospitais em crise e pagando muito bem,mas nem assim conseguiram.
Agradecido pela manifestação, Sidnei! O espaço fica enriquecido com as colocações. Participe sempre. Abraço!
Oxalá tudo se resolva da melhor maneira, a Santa Casa precisa ďe gestăo e comprometida em ergue-la,sob pena de fechar as portas.
Não podemos correr tal risco realmente, Vera Lucia! A Santa Casa atende pacientes de 23 municípios da zona sul gaúcha. Abraço.