A Feira de Artesanato é um dos principais eventos da cidade
Mergulhada em dívidas, a Associação das Micro, Pequenas e Médias Empresas do Rio Grande– Amperg, admitiu hoje que não tem dinheiro para pagar músicos que se apresentaram na Feira de Artesanato, Comércio, Indústria e Serviços de Rio Grande– Fearg. A dívida é ainda da 40ª edição da feira, no ano passado, e uma ação já deu entrada na justiça para cobrar os valores. Músicos locais resolveram não se apresentar no evento de 2019, em andamento, uma forma de mostrar descontentamento com a direção da Amperg, entidade realizadora da Fearg.
Em janeiro deste ano, a produtora cultural Kátia Valdez, responsável pela programação de 2018 da Fearg, enviou ofício à Amperg cobrando os valores devidos aos músicos. Há controvérsias sobre o montante em aberto, mas segundo Kátia Valdez, que em 2019 não trabalha mais como produtora cultural da Fearg, a dívida do ano passado com dezenove bandas e outros músicos locais que se apresentaram como voz e violão, é de R$ 21.500,00. Contudo, há outros valores devidos a artistas de fora da cidade, somando-se mais R$ 28.500,00 ao montante. Dos shows de fora, há parcelas que ainda não foram pagas dos cachês dos grupos Tchê Barbaridade, Os Fagundes e de Gabriel Valim.
OS ARTISTAS
O cantor Roberto Luis da Silva, líder do Grupo de samba e pagode Só Raízes, lançou Nota de Esclarecimento, alegando que a presidente da Amperg– Ilda Geneci Veiga, prometeu que até o último dia da feira de 2018 pagaria todos os cachês. “Ela não cumpriu o prometido e ainda debochou da nossa classe dizendo que os músicos deveriam largar os instrumentos e arranjar um emprego”. Ainda segundo a nota pública do artista, a presidente da Amperg referiu que “os músicos, ao invés de ficarem cobrando ela deviam se sentir honrados em tocar na Fearg”.
O desalento foi mostrado na publicação de um banner nas redes sociais (foto) com a citação #nãotrabalhonaFearg. A dupla sertaneja Xandy e Nelson também recebeu muitas mensagens questionando a razão de não estar na programação da feira deste ano. “Nossa cidade é um celeiro musical, com grandes artistas que têm de ser valorizados, mas estamos aguardando ainda pagamento do ano passado pelos shows da Fearg”. Em nota, a dupla também explicou aos fãs a razão da ausência no palco do evento.
Marcelo Silva, vocalista e um dos fundadores da Banda The Silvers Classic Rock, chegou a gravar um vídeo de protesto pela situação. A banda fez duas apresentações na Fearg do ano passado, uma delas no encerramento da feira. “Estamos até hoje esperando o pagamento do cachê e nem fomos procurados”. Segundo Marcelo, a principal razão de não estar no evento é em consideração aos novos músicos que estão participando da feira em 2019 e que podem passar pela mesma situação. “Muitos grupos que estão começando desistem de ir adiante por causa de fatos assim”, ressaltou o artista. “Muitas vezes o cachê de alguns músicos é para comprar pão e leite para seus filhos”, lamentou Marcelo ‘Silver’.
CONSTRANGIMENTOS EM HOTEL
A produtora cultural Kátia Valdez disse que falta diálogo com os músicos por parte da presidência da entidade realizadora do evento. Segundo ela, a Amperg, após passar cinco meses em 2018 prometendo pagar, firmou seu último compromisso este ano, dizendo que antes de iniciar a 41ª edição da feira pagaria as pendências financeiras com os artistas, o que não aconteceu, ampliando a insatisfação. Ela calcula que pelo menos 115 músicos tenham sido prejudicados com o atraso. Ela possui e-mails enviados, comprovando sua insistência no pagamento das dívidas. Kátia Valdez argumenta que pagou de seu próprio bolso a quantia de R$ 4.600,00 de algumas despesas com apresentações artísticas, referentes à feira do ano passado. Até mesmo o modesto cachê de uma artista cega, de fora da cidade, precisou ser pago com recurso próprio porque a Amperg anunciou não ter como quitar o valor inicial de R$ 500,00.
Um hotel no centro da cidade, por conta da incerteza de receber da feira os valores de hospedagens, decidiu inicialmente não acolher artistas de fora. “Para evitar constrangimentos ainda maiores, entreguei cheques pessoais ao hotel, garantindo assim o acolhimento dos artistas, dentre eles componentes dos grupos Raça Negra e Os Fagundes, além do cantor Biafra”, afirmou a produtora.
A VERSÃO DA AMPERG
“Realmente existem pendências financeiras em relação a alguns músicos que se apresentaram no ano passado na Fearg”, admitiu a presidente da Amperg. Segundo Ilda Geneci Veiga, a captação de R$ 60 mil, na Fearg/2018, através da Lei Rouanet, de incentivo à cultura, teve o valor bloqueado por falta de prestação de contas na gestão anterior da Amperg. “Não foi problema ocorrido em minha gestão, mas isto acabou impedindo o pagamento dos músicos, pois não conseguimos, apesar das medidas jurídicas adotadas, desbloquear o valor”. Revelou que o problema foi de ausência de prestação de contas em relação a outros recursos recebidos pela Amperg oriundos da lei federal de incentivo à cultura. Sobre ações judiciais de cobrança por parte dos músicos, Ilda Geneci entende que se trata de um direito dos artistas. Ela disse que pretende chamar os músicos para uma reunião e rever valores, pois acredita que a dívida seja inferior a R$ 50 mil. Também reconheceu que há dívidas com artistas nacionais, mas o valor precisa ser revisto.
“Há hora em que temos de fazer uma opção, ou pagamos os músicos ou fizemos a feira”, disse Ilda, mas nega ter tratado os músicos de forma deselegante. Segundo a presidente, a boa notícia é que na 41ª Fearg, em andamento, todos os músicos estão com seus cachês em dia. A feira destinou recurso de R$ 30 mil para pagamento dos cachês dos artistas. Salientou que este ano, “todos os artistas são da terra, o que considera positivo, incentivando os talentos locais”. Ela disse que assumiu a presidência da Amperg, em 2017, com dívidas na casa dos R$ 2 milhões, o que ainda não foi pago. “Nem a reforma do telhado do Centro Municipal de Eventos conseguimos iniciar a pagar”, confessou.
Nao faz ediçao 2020 e pague aa pessoas.
Muito obrigado pela participação aqui no Site, Carolina! Abraço.
Natural. No ponto que colocaram Rio Grande.
Absurdos em cima de absurdos e a tripudiação correndo frouxa!!
Abraço, Edson.
Uma vergonha combram um absurdo por um espaço uma feira que e sempre amesma coisa não muda nada alguma coisa está acontecendo de errado infelizmente neste pais onde alguns projetos onde gera muita grana sempre tem um jeitinho brasileiro não acredito que esteja no vermelho pois na minha opinião só o dinheiro arecadado pelos espaços alugados paga a dispensa como diz o bira e ai como e que fica 😂😂😂
Muito obrigado pela participação, Clamasil! A Fearg é muito importante para estar envolvida em tais confusões, realmente. Abraço!
Justificar o não pagamento dos Músicos na Lei Rouanet, acho que não faz sentido, porque o valor que é cobrado dos expositores e da entrada dos visitantes na feira. No último domingo da Fearg 2018, dia que o Grupo Enredo do Samba tocou, estava lotado, portanto teria dinheiro para pagar! Só pra terem idéia, só o Parque de Diversões pagou R$22.000,00 para estar na feira, um dos expositores que vende doce, me disse que pagou R$12.000,00 pelo seu stand. Realmente deve precisar mesmo de verba de lei de incentivo a cultura para pagar os Músicos!
A Fearg, historicamente, registra grandes arrecadações, embora os investimentos sejam, altos. Contudo, é um evento que se sustenta e permite o fôlego necessário para arcar com os compromissos assumidos. Abraço, Denilson!
Que investimento? Naquele espaço caindo aos pedaços
Ridícula situação, nós músicos nos sentimos desrespeitados por essa senhora e sua equipe, e falar que esse ano os músicos estão sendo pagos??? Caches irrisórios e quase zero os eventos de música na feira esse ano… Lamentável
A Fearg precisa evoluir. A linha descendente é nociva ao futuro do evento. Obrigado pela participação no Site, Thiago.
Mto bem!! Exatamente isso!!
Tua posição em relação ao assunto e à importância da valorização dos músicos desde o início foi clara, Eduardo! Cumprimentos pela postura de buscar o esclarecimento dos fatos, o que coopera para a transparência das ações, até porque estamos falando de um evento oficial de nosso município. Rio Grande nutre carinho especial em relação à feira. Os artistas constituem um rico patrimônio na trajetória da Fearg e não podem ser deixados para trás. Espero e desejo que a cidade sempre valorize os artistas. Fraterno abraço e muito obrigado pela participação no Site!
Que vergonha!
Rio Grande não pode passar por tantas e tão sucessivas vergonhas como referes, Rosangela. Obrigado por participares no Site, que tem forte motivação inclusiva.
Que lamentâvel, jah faz tempo que nossa cidade se destaca por fatos que a desabonam. Enfim … esperando uma noticia boa.
Rio Grande precisa reencontrar os caminhos ligados às boas e saudáveis ações, Vera. Contudo, isto passa por transparência e respeito, o que nem sempre é visto, lamentavelmente. Abraço e grato por tomares parte sempre nas questões recorrentes e que importam às diferentes áreas de nosso município.
Ainda estou esperando alguma atitude dessa gente que me surpresa. É uma VERGONHA o que eles são capazes! A PROPAGANDA COLOCADA NA MÍDIA É MENTIROSA! NESSE GOVERNO TUDO É MENTIRA! SERÁ QUE ESSE POVO NÃO ENXERGA NADA??? ELES DEBOCHAM DAS PESSOAS.ELES EXTRAPOLAM NA CARA DE PAU! MEU DEUS PORQUE PARA RIO GRANDE NÃO EXISTE LEI? PORQUE? É TRISTE. É INDIGNANTE E É VERGONHOSO!
Mto bem!! Exatamente isso!!
Quando digo exatamente isso, é em relação ao comentário da Sra Mara Rubia e Eduardo Bozzeti.
As alegações da Presidente da Feira, Sra Ilda são infundadas e até vergonhosas, que falta de ética responsabilizar administrações anteriores por erros e aberrações cometidas por ela!!
A Sra deveria se envergonhar Dona Ilda, das atitudes em relação não só aos músicos, mas o desrespeito com a comunidade e a cidade de Rio Grande.
O que entristece é vermos tantos e tão acentuados problemas nas mais diferentes áreas em nosso município. Rio Grande está a merecer mais, bem mais resultados e boas práticas. Obrigado pela participação, Mara!
Trabalhei por NOVE anos (Nove Edições) como Diretor de Palco da FEARG, na época em que a “Dona Ivone” encabeçava e dirigia tudo dentro da AMPERG.
Sempre fui pago e, diga-se de passagem, bem pago até!
Nada tenho a reclamar daquela época!!!
Passei por inúmeros “cabeças” dirigindo o Evento; Abdo Nader e tantos outros…
Os músicos eram pagos, havia extrema organização PRÉ EVENTO com reunião entre eles, a Equipe de Som e Luz e eu.
Não faltava água num palco e se faltasse, havia uma equipe de suporte pra chamar no rádio e era prontamente atendido.
Grupos e Bandas eram devidamente reunidos antes do evento, onde era explicado o PORQUE de cada cachê, o tempo de duração de cada show, esclarecidos os valores e as diferenças entre uns e outros.
Tenho orgulho de ter trabalhado naquela época, junto do Dado, da Equipe dele e das pessoas que Organizavam a parte de PALCO-SOM-LUZ-ESPETÁCULO da FEARG.
É lamentável que HOJE esteja assim, na mão desse bando de incompetentes que, ainda bem, nem conheço.
ASSINO EMBAIXO, SAUDADES DA IVONE
Recordo de tua participação na Fearg, Eduardo. O evento tem uma rica trajetória, o que precisa ser lembrado valorizado. Abraço e muito obrigado pela participação no Site!
Vergonhosa esta situação
Situação que precisa ser resolvida. Aliás, não deveria ter sido criada, em respeito aos artistas e à cidade do Rio Grande que aprecia a Fearg como um belo evento popular. Abraço e obrigado pela participação no Site, Sandra!