De apostar em caminhos e pessoas erradas, ninguém se salva. O anúncio feito hoje aqui é algo que de certa forma me entristece, mas ao mesmo tempo é uma decisão madura, fruto dos ensinamentos que a vida oferece.

Hoje, 21 de Junho, é Dia da Mídia, pelo calendário de datas e eventos. Como não acredito em acaso, a data, por si só, explica minha escolha em priorizar o jornalismo e renunciar à presidência do Partido Trabalhista Brasileiro – PTB no Rio Grande. Comuniquei aos comandos local (agora em exercício), estadual e nacional da sigla a minha decisão pessoal, que passou a valer na presente data. Também por escrito o fiz à Justiça Eleitoral, sempre com a anotação de decisão em caráter irrevogável. Além da presidência, formalizei minha desfiliação partidária, desligando-me por completo.

Meu entendimento é que, embora sendo uma sigla histórica e que bem me acolheu, pessoas com as quais convivi e até apoiei, deixaram de merecer minha confiança, tornando inviável e desconfortável continuar caminhando ao lado delas, sequer perto. Tomei a decisão conscientemente e com a certeza do dever cumprido no tempo dedicado aos assuntos ligados ao PTB, agremiação que no passado já teve maior cuidado com as pessoas, é bom referir. Embora também goste de contribuir com minhas ideias no plano da política partidária, entendo que neste momento devo manter e ampliar o trabalho no jornalismo investigativo, sem amarras.

Política é política e jornalismo é jornalismo. São atuações diferentes, mas que devem sempre concorrer para o bem comum. No entanto, alguns terroristas políticos, de comportamento miliciano, entendem de outra maneira. Querem que como jornalista vincule minha atuação profissional à proteção de atos que ferem princípios e atingem frontalmente a sociedade, que há muito tempo deixou de contar com a proteção do Estado, notadamente no que diz respeito à segurança e outras garantias.

Agora como desabafo: no exercício da profissão, ao denunciar fatos escabrosos, envolvendo inclusive investigados, milícias e outros comportamentos desvirtuados, sofri sérias ameaças, até de morte nos últimos meses. Nenhum líder ou autoridade constituída integrante da sigla saiu em defesa do livre exercício profissional e da transparência, tanto quanto não defendem outras importantes liberdades individuais asseguradas pela legislação brasileira. Omissão é um dos maiores males, principalmente na atividade pública, e quando envolve setores e agentes governamentais torna-se ainda mais grave e inaceitável.

Reafirmo o que defendi dias atrás em Editorial sobre liberdade de imprensa, ou seja, a opção pelo jornalismo arrojado, de caráter investigativo, mesmo sofrendo o revés que parte de dissimulados e bandidos de sabida culpa no cartório. Nunca tenho pessoas como alvos e sim fatos que precisam chegar à sociedade. Os meios de informação ajudam fortemente no combate às pragas instaladas. Sigo minha missão, agora com as novas ferramentas de trabalho que disponho no jornalismo, respirando totalmente aliviado pela decisão de despoluir meu entorno. Viva o Dia da Mídia!