O promotor de Justiça Márcio Schlee Gomes (foto), que atuou por mais de quinze anos na área criminal da comarca de Rio Grande, fez hoje (27) uma forte manifestação pública em rede social sobre o episódio que resultou na morte de dois policiais militares na zona Leste de Porto Alegre, na noite passada. Schlee, em 2002, atuou na acusação de Paulo Sérgio Guimarães da Silva, “Titica”, o Maníaco da Praia do Cassino, condenado a mais de 170 anos de prisão. Os soldados Rodrigo da Silva Seixas, 32 anos, e Marcelo de Fraga Feijó, 30 anos, ambos do Pelotão de Operações Especiais do 19º BPM foram mortos a tiros durante uma operação de rotina na capital.
O promotor citou Günther Jakobs, jurista alemão, que dizia: “uma sociedade que não se encontra em situação de neutralizar seus inimigos, há de desmoronar-se”. Para Schlee, com prisão domiciliar, tornozeleira eletrônica, penas pífias para toda espécie de criminoso, sem levantar a voz, sem agir, vamos continuar lamentando e se acostumando com a barbárie diária, que faz mais de 60 mil homicídios por ano no país. “Há mais de 20 anos atuando no Ministério Público, com uma vida no Tribunal do Júri e hoje numa Vara Criminal, não há como deixar de se sentir atingido pela execução dos dois PMs na capital”, lamentou o promotor, acrescentando que tem testemunhado o brio, coragem e dedicação dos policiais diariamente na proteção da sociedade.
“Prender, acusar, condenar facínoras, bandidos psicopatas, irrecuperáveis, criminosos natos, não é para qualquer um”, disse ele ao fazer referência à missão desempenhada por policiais, promotores e juízes criminais. “Minha total solidariedade à nossa Brigada Militar e aos familiares e amigos dos policiais brutalmente assassinados”, concluiu o promotor Márcio Schlee Gomes em sua publicação.
É fácil indignar-se com o óbvio, com a injustiça que salta aos olhos, é fácil o discurso fácil, sobretudo quando se está no lugar de fazer esse discurso.
O nosso atual governador quando em campanha dizia que “…Não é preciso parcelar salários. Dinheiro não falta. O que falta é um bom gerenciamento e reorganização do fluxo de caixa…” Mas como se vê nada mudou.
O salário do nosso promotor continua em dia, de todo o judiciário, de todo o legislativo. Mas esses não se sentem parte do problema quando se indignam.
No governo federal, o candidato tinha solução pronta para os problemas, seis meses de governo, no mínimo o que se podia esperar era que parasse no estágio em que foi encontrada a administração pública, mas não, a situação não para de se agravar, não paramos de caminhar para o colapso e a desagregação social.
Não existem soluções mágicas, é preciso antes de tudo transparência em todos os estratos sociais. É preciso identificar com seriedade as causas mais profundas das mazelas que vivemos como sociedade, enquanto não chegarmos a isso qualquer indignação é hipocrisia. Crítica e autocrítica são fundamentais, mas são apenas o começo, depois é trabalhar efetivamente e coletivamente para a solução, qualquer coisa fora disso são palavras vazias e enganação.
Muito obrigado pela participação no Site, José! O tema é recorrente e as opiniões são valiosas. A ferramenta, além da informação, visa o aprofundamento das discussões. Participe sempre. Abraço!
Eu conheço este nobre promotor pela maneira com que desenvolve seu trabalho ,homem integro e de carater , e tem espirito do que é certo ou errado , que DEUS ,o abençoe por ser justo e fiel a seu trabalho ….. Sabemos que por uma ou outra razão não podemos agradar a todos mais os justos reconhecerão seu trabalho.
Muito obrigado pelo tempo dedicado ao tema aqui no Site, Adão! O cenário da Justiça merece abordagens de acordo com a relevância do tema. Trata-se de assunto recorrente. Abraço!
Para mim ele tem razão, mas devemos parar com esse endeusamento a este promotor.
Sem mais.
Abraço e obrigado pela manifestação no Site, Thiago! Sendo com boas intenções, participe sempre. Boa noite.