A Prefeitura de Rio Grande deve mais de R$ 60 milhões em precatórios. Do montante, 92,2% são referentes ao período do atual governo municipal. É a maior dívida acumulada em toda a história do município. A revelação é do Sindicato dos Servidores Municipais do Rio Grande– Sismurg, que tenta desde 2014 uma audiência com o prefeito Alexandre Lindenmeyer (PT). Conforme o vice-presidente da entidade, Gilberto Lima Alquati, a dívida, atualizada, é de R$ 60.523.133,21 abrangendo 683 processos, alguns deles coletivos, na Justiça do Trabalho e na justiça comum. A esmagadora maioria diz respeito a precatórios de natureza alimentar, abrangendo servidores celetistas e estatutários, embora alguns tenham origem em ações de empresas e entidades.
DESPROPORÇÃO
Do total da dívida existente de precatórios, 92,2% são do período do governo liderado pelo PT na prefeitura, a partir de 2013. O Sismurg exibe a comprovação, extraída da própria Fazenda Pública, revelando que dos 683 precatórios, 627 são do período de governo do PT em Rio Grande, instalado em janeiro de 2013.
Por sua vez, o prefeito Alexandre Lindenmeyer faz sua defesa ao afirmar que o município vem cumprindo regularmente os pagamentos de precatórios, de acordo com os valores firmados junto ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.
A queixa do Sismurg é que desde 2014, e no último ano com maior insistência, a direção da entidade quer ser recebida pelo prefeito, mas apesar das tentativas o chefe do executivo acaba se esquivando. A última vez que o atual prefeito sentou para conversar com o sindicato foi em 2014, no primeiro mandato de Alexandre Lindenmeyer. O dirigente sindical divulgou cópias dos expedientes protocolados no Gabinete Executivo– Gabex, tentando uma reunião com a presença do prefeito. Diante das evasivas, o Sismurg resolveu inverter a situação e formalizou um ‘convite’ para Lindenmeyer e seus secretários comparecerem na sede da entidade no último dia 20 para discussão de uma pauta de seis itens.
Quatro dias antes, o prefeito enviou ofício dizendo que estava impossibilitado de comparecer, mas sugeriu uma nova data: 10 de setembro. Contudo, no Ofício nº 242, o prefeito deixou claro que quem irá comparecer são “os secretários afetos à pauta”. Conforme o sindicato, nas raras vezes que conseguiu atendimento na prefeitura os dirigentes foram recebidos por secretários ou pelo vice-prefeito, sem resolutividade alguma em relação às demandas da categoria dos servidores municipais.
Na pauta do encontro que os trabalhadores vêm tentando com o prefeito, além dos valores mensais depositados pelo município para pagamento de precatórios, está a reposição de perdas inflacionárias. O dirigente do Sismurg revelou que até agora o executivo não concedeu aos trabalhadores os 12,2% referentes à inflação de 2017 e 2018. O prefeito concedeu apenas 2,06%.
O DESABAFO
“As vidas estão se extinguindo na fila que não anda como deveria e o tempo que passa é irrecuperável”. A frase de Gilberto Lima Alquati é carregada de decepção com o executivo municipal. Ele considera que os credores da prefeitura percorrem um caminho longo demais e muitos já morreram sem receber o que tinham direito.
Refere que a luta do credor começa com o transtorno de não ter direitos reconhecidos e ser obrigado a recorrer à justiça, onde trava duro combate jurídico até obter sentenças favoráveis e ver tornado seu direito em precatório. Depois, ainda tem que ver o precatório incluído no orçamento do ano seguinte e esperar pacientemente que o governante deposite os valores. “A saga continua, pois o trabalhador ainda precisa aguardar que o órgão da justiça responsável pelo pagamento efetue o último ato para só então o dinheiro, que sempre foi do cidadão, chegar à sua mão”, desabafou.
Parece o mesmo caso do SINTERG. O velho conchavo entre PT e Sindicatos.
Muito obrigado pela participação no Site, André!
Trabalhei de graça na campanha e na reeleição do prefeito Alexandre,eu era presidente de bairro e lider comunitário do interior do município,este é o pagamento por ter confiado e acreditado nas promessas do prefeito mas não nos esqueçamos que nas próximas eleições somos mais de 5 mil funcionários públicos descontentes e MUITO prejudicados por esta administração que se diz PARTIDO DOS TRABALHADORES.
Muito obrigado pela participação, no Site, Fábio. Participe sempre!
O Estado serve com um sócio ao trabalhador, onde o trabalhador faz quase tudo, mas quem fica com a maior fatia é o Estado. Mesmo que esse dinheiro seja dos próprios cidadãos com seus impostos.
E o PT adora Estado inchado (não quer dizer eficiente), mas até hoje não os vi cumprindo com o que eles pregaram a vida toda. Que isso sirva de alerta mais uma vez, para as próximas eleições…
Muito obrigado pela valiosa contribuição aqui no Site, Luisa! Estamos cumprindo a parte que nos cabe no processo de valorização cidadã, sobretudo alertando para a realidade instalada. Espera-se que as figuras detentoras do poder cumpram a parte que lhes cabe. Rio Grande está merecendo mais. Sobretudo mais atenção e respeito. Abraço e participe sempre!
Depois postam que são injustas as reclamações que fazem desse desmando.
Olhem o sbsurdo dessa situação!!!
Minha esposa tem uma ação pra receber por precatorio esta a 7 anos esperando,uma vergonha
Um quadro realmente desalentador, Claiton!
Um absurdo, realmente, Marga! Seguimos descortinando os fatos por aqui. Abraço.
Paga a minha precatoria caloteiro mentiroso ha anos espero receber e so emrolam bando de caloteiros.
Muito obrigado pela participação no Site. Participe sempre, Marcio!
Interessante seria apurar quantos dos 627 processos geridos no governo do PT, foram interpostos pelo escritório de advogacia que o atual prefeito fundou e fazia parte.
Pena que seja tāo difícil a.pessoa rebecer o que lhe é devido, .em especial quando se trata de crédito trabalhista. Lamentável.
Exatamente, Vera! A lentidão atrapalha, tanto quanto a falta de ação efetiva de muitos gestores públicos. Rio Grande faz parte do contexto e de forma bem agravada, lamentavelmente.
Como os “gestores” municipais fazem leitura atenta também dos comentários aqui no Site, pode ter certeza que sua observação chegou a quem de direito. Resta saber se irão emitir comunicado público a respeito. Seu nome é muito popular em Rio Grande, D. Cecília! Fraterno abraço e continue participando das mídias no município.