Bebês prematuros e crianças com até dois anos receberão aplicação de anticorpo que protege de um vírus causador de uma forma grave de bronquiolite e em Rio Grande já foi definido o único local de aplicação. O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) ataca uma parcela da população infantil que apresenta extremo risco para o óbito.

A aplicação do Palivizumabe, um anticorpo monoclonal que protege do VSR, começa no próximo dia 16 de março, com distribuição feita pela Secretaria Estadual da Saúde a instituições hospitalares e ambulatórios de egressos de alto risco localizados nas diferentes regiões gaúchas. Conforme a médica pediatra Celia Boff de Magalhães, da Seção de Saúde da Criança da secretaria, a medida busca a redução da mortalidade infantil e do índice de crianças com sequelas pulmonares. “Tendo em vista que o VSR tem uma forma sazonal de circulação, que vai de abril a agosto, com pico em junho e julho, iniciaremos agora em março a aplicação do Palivizumabe para garantir a prevenção”, garantiu a pediatra. O tratamento é indicado especificamente para bebês prematuros, com idade gestacional menor ou igual a 28 semanas e crianças menores de dois anos, com doença pulmonar crônica da prematuridade. Também deverão receber as aplicações crianças menores de dois anos com cardiopatia congênita e aquelas com hipertensão pulmonar.

Ainda conforme a médica Celia Boff, o período de fornecimento e aplicação do Palivizumabe obedece a critérios técnicos, definidos pelo período de sazonalidade da circulação do vírus no Rio Grande do Sul, ocorrendo entre os meses de abril a agosto de cada ano. A recomendação é que a primeira dose do Palivizumabe seja administrada antes do início do período de sazonalidade do VSR, ou seja, na segunda quinzena de março, e as doses subsequentes administradas com intervalo de 30 dias. Cada criança poderá receber no máximo cinco doses anuais do medicamento. O número total de doses por criança dependerá do mês de início das aplicações, variando, assim, entre uma e cinco doses. Para crianças nascidas durante a sazonalidade do VSR, poderá ser necessário menos que cinco doses, uma vez que o medicamento não será aplicado fora desse intervalo. O anticorpo monoclonal humanizado Palivizumabe tem se mostrado eficaz na prevenção das doenças graves pelo VSR por apresentar atividade específica, neutralizante e inibitória da fusão contra este vírus, reduzindo a taxa de hospitalização relacionada à infecção gerada por ele. Embora o Palivizumabe não se trate de uma vacina, a imunização passiva pode ser obtida com a sua utilização.

VITAL IMPORTÂNCIA

Site Edson Costa Repórter procurou o secretário municipal de Saúde para alcançar melhor informação à comunidade após os dados obtidos junto ao governo do Estado. O período de aplicação em Rio Grande obedece ao calendário das demais regiões, entre 16 de março e 31 de agosto. Segundo o secretário Maicon de Barros Lemos, o município é polo para uma região, tendo sido decidido pela autoridade estadual que o Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr. (HU-Furg) será responsável pelas aplicações em Rio Grande, Chuí, Santa Vitória do Palmar e São José do Norte. As crianças deverão ser levadas ao HU, em dias previamente estabelecidos, visando otimizar as doses, referiu a autoridade de Saúde.


(Foto: Banco de Dados Site EC Repórter)