Serão disponibilizados ao município de Rio Grande 4.000 testes moleculares (RT-PCR) para o coronavírus. Diferente do teste rápido, que só pode ser realizado após o sétimo dia de sintomas e indica se o paciente já contraiu ou está imune ao vírus, o teste molecular apresenta um exame biológico completo e permite identificar a presença do vírus já nos primeiros dias da doença. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (3) pela Universidade Federal do Rio Grande– Furg a partir de trabalho conjunto com o Hospital Universitário– HU, vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares.

Hoje, o Conselho Curador da Fundação de Apoio ao Hospital de Ensino do Rio Grande (Faherg) fez reunião por videoconferência e aprovou o uso de R$ 430 mil de seu fundo de contingência. O recurso será utilizado para a aquisição de materiais de consumo dos testes e também para as adaptações estruturais necessárias para que o Laboratório de Análises Clínicas (LAC) e outros três laboratórios da Área Interdisciplinar de Ciências Médicas do HU possam processar os exames.
A compra foi feita hoje e o prazo para entrega é de 20 a 30 dias, período que será dedicado à reforma dos espaços. “Ainda não estamos em situação tão grave. Por isso o momento de agir é agora”, explicou o vice-reitor da Furg, Danilo Giroldo.

O poder público municipal está adquirindo cerca 1.500 testes rápidos, mas a ideia das autoridades é de fortalecer a parceria com outros segmentos e elevar este número à casa de oito mil testes. Segundo a Furg, os testes deverão ser disponibilizados primeiramente para quem está na linha de frente. “Quando uma pessoa está com suspeita da doença, ela e todos com quem teve contato têm que ficar em isolamento e se perde um conjunto de pessoas de áreas essenciais por até 14 dias”, refere o professor. A ideia com a ampliação da testagem mais rápida é que as pessoas contaminadas sejam encaminhadas ao isolamento e se não tiverem o vírus, poderão voltar ao trabalho. Em sua fala, o vice-reitor fez referência a profissionais como os de saúde, forças de segurança, trabalhadores portuários e de outros serviços essenciais. O segundo objetivo é estratégico, explicou. O número de 4.000 testes moleculares, mais 8.000 testes sorológicos, é o que vai permitir “um panorama mais claro da evolução da doença e vamos poder tomar decisões com mais clareza”, ponderou.

ESFORÇOS CONJUNTOS

A reitora da FURG, Cleuza Dias, o vice-reitor, acompanhados de dois representantes do HU, participaram de reunião com a Prefeitura, Ministério Público Estadual, Porto do Rio Grande, empresários e entidades empresariais, como o Centro de Indústrias, Câmara de Dirigentes Lojistas e Câmara do Comércio. A conversa serviu para o planejamento da compra dos testes. Os 4.000 testes moleculares e os 8.000 sorológicos serão exclusivos para testagem no município de Rio Grande.


(Foto: Wilson da Fonseca)