Quem pede ao jornalista para não dar ênfase ao número de infectados e de óbitos por Covid-19 perde seu tempo. O papel do jornalista é retratar a realidade instalada. Não mudo versões, muito menos os números anunciados. Também não confio em muitos dados revelados pelas autoridades como “oficiais’. Contudo, é o que emana das ditas autoridades e cumpro o dever de informar, embora outros números fluam de forma escancarada por familiares e amigos de pacientes. Sou jornalista a serviço do bem e da verdade, mas está ficando difícil trabalhar em Rio Grande, em meio a tanta desfaçatez e perversa doutrinação. Quem quer suavidade e romantismo em texto sobre pandemia, não irá encontrar por aqui.

A palavra pandemia tem sua origem no grego pandemías, ou seja, “todo o povo”. Logo, se todo o povo sofre, é algo insano alguém esconder a verdade. Aliás, Rio Grande, historicamente, tem sido palco de um teatro dos horrores. Não se pode pensar em defender gente falsa, nem loroteiros sem alma que só falam, não conseguem resolver e sequer minimizam a dor dos outros, preferindo jogar no colo de terceiros a culpa pelo fracasso, incompetência, desmando, vaidades e ditatorialismo. Com apenas 41 anos de profissão, é a primeira pandemia que cubro. Espero que seja a última, mas também desejo que nossa cidade tenha todos os agentes públicos a serviço da verdade, tratando e informando corretamente a todos. Bom relembrar a origem grega de pandemia: “todo o povo”. Quem desejar cutucar pedindo nomes, pergunte ali no Posto Ipiranga. Quem ficou incomodado tem a opção de não mais navegar por aqui ou procurar espaços de entretenimento, como Chaves, Silvio Santos ou até os filmes do lendário ‘Zorro’, que usava a máscara nos olhos, diferente do recomendado hoje pela OMS na pandemia