Um sextante, instrumento utilizado para calcular o posicionamento global na navegação estimada, foi doado em um ato simbólico hoje (14) no prédio do Centro de Convívio Meninos do Mar (CCMar). O equipamento pertenceu ao célebre velejador russo Evgeny Gvozdev (foto).
SAIBA MAIS
Engenheiro naval aposentado, Gvozdev partiu do Mar Cáspio a bordo do seu pequeno barco a vela de 12 pés, em maio de 1999, atravessando o Atlântico até chegar a Salvador– BA, um ano depois. O navegador faria a volta ao mundo por outras duas vezes, mas foi encontrado morto, aos 74 anos, em sua embarcação que estava à deriva na costa italiana, em 2008.
“A doação destaca mais uma vez a cidade do Rio Grande como ponto de referência da preservação da cultura náutica e oceanográfica”, comentou o diretor do complexo de museus, oceanógrafo e museólogo Lauro Barcellos. Ele também destacou a trajetória do velejador que viveu intensamente na natureza oceânica. “Este equipamento orientou o maior navegador solitário que o mundo já viu. Nenhum outro exemplo humano foi capaz de realizar um feito tão gigantesco quanto esse homem”, afirma o velejador Paulo Schmidt, que realizou a entrega da doação a pedido do amigo João Kogin. O sextante ficará na exposição permanente de um dos museus do complexo, segundo desejo também do doador.
CÁLCULOS
O sextante é usado para medir a distância angular na vertical entre um astro e a linha do horizonte, a fim de calcular a posição e corrigir eventuais erros de navegação. O funcionamento não é difícil. Para medir um ângulo entre dois objetos, basta pegar firme o instrumento e visar o horizonte através da luneta. Movendo a alidade (uma espécie de régua móvel), é preciso levar a imagem refletida do astro a coincidir com a imagem do horizonte visada diretamente. Se o astro visado é grande, como o sol ou a lua, a coincidência com o horizonte faz-se pela borda superior ou inferior do astro. O valor do ângulo medido é indicado no limbo do sextante.
(Foto: Furg)
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