Site Edson Costa Repórter teve acesso a uma montanha de documentos sobre atos da gestão passada do Hospital Santa Casa de Rio Grande. Outros documentos são referentes ao período que o complexo hospitalar esteve sob intervenção do município, desde 1º de abril de 2015. A documentação está sendo vista por especialistas de diferentes áreas.

AUDITORIA 

Embora a Assembléia Geral Ordinária do dia 30 de abril tenha aprovado por 13 a 2 as contas do último período da entidade, foi formalizada a recomendação “para que seja realizada auditoria externa independente como único meio de apuração real e correta das contas da instituição, desde o ano de 2015”. O pedido foi assinado por Eder Gladstone Gomes Neves, que preside o Conselho Fiscal da Associação de Caridade Santa Casa de Rio Grande. Dias atrás, ele foi voto vencido duas vezes, uma quando o conselho elaborou Parecer aprovando por 2 a 1 as contas da gestão passada e a segunda na assembleia geral que também resolveu dar as contas por aprovadas. A documentação geral da assembléia e outros papéis foram obtidos através de fonte da área da Saúde em Porto Alegre. Gladstone também resolveu pedir à administração da Santa Casa os documentos capazes de comprovar a utilização de R$ 23 milhões e 800 mil liberados a partir de operações de crédito junto ao Banrisul, montante dividido em três parcelas até o momento. Ficou pendente a liberação de uma quarta parcela do recurso. As operações do projeto de crédito bancário aprovado tiveram parcelas de R$ 11 milhões e 700, uma segunda de R$ 7 milhões e outra de R$ 5 milhões e 100 mil. Os contratos foram assinados com o banco entre 2 de janeiro e 4 de maio de 2020, todos avalizados por José Mário Stroeher, ex-presidente da Santa Casa.

O conselheiro fiscal Eder Gladstone fez constar no documento entregue ao hospital, para ser juntado à ata da sessão de aprovação de contas, que “a administração não conseguiu cumprir as metas estabelecidas no projeto”. Ele refere que os recursos teriam sido destinados a outros fins e pediu formalmente a comprovação de utilização do montante, com apresentação de notas fiscais, recibos e comprovantes de depósitos. O conselheiro ficou inquieto diante da situação e, dentre outras razões, deixou de aprovar as contas pela não exibição dos comprovantes por parte da gestão que terminou. “O mais grave na apresentação do projeto foi a utilização dos nomes dos conselheiros que já haviam se afastado da diretoria para demonstrar que existia uma governança e uma concordância com os atos praticados pela administração da Santa casa”, aditou Gladstone. Estas e outras razões marcam a recomendação de uma auditoria nas contas do hospital. O Site Edson Costa Repórter ouviu o atual presidente da Associação de Caridade Santa Casa de Rio Grande, Renato Menezes da Silveira. Sobre a recomendação de uma auditoria externa independente nas contas da instituição, desde o ano de 2015, Silveira disse que “ainda não há decisão a respeito”. 

(Foto: Site ECR)