Uma prática que teve origem em Israel e é muito empregada no Canadá, Estados Unidos e países da Europa, começa a ser usada em Rio Grande a partir de uma decisão do governo municipal. A telemedicina passou a ser utilizada pioneiramente em Rio Grande no final de semana a partir da Unidade de Pronto Atendimento– UPA da Junção, segundo anúncio feito pelo prefeito Fábio Branco (MDB). O atendimento médico especializado por meio de videoconferência vai seguir funcionando 24 horas, todos os dias da semana. Conforme o Executivo, as especialidades médicas disponibilizadas são Cardiologia e Neurologia, contando com uma equipe formada por dez médicos já à disposição.

COMO FUNCIONA 

O projeto de telemedicina na UPA da Junção passou a ser operado através do Instituto Brasileiro de Saúde, Ensino, Pesquisa e Extensão para o Desenvolvimento Humano– IB Saúde. A entidade participa da gestão compartilhada da UPA numa parceria com o Centro de Neurologia e Neurocirurgia, com a chancela da Prefeitura de Rio Grande. O prefeito e a secretária da Saúde, Zelionara Pereira Branco, acompanharam a primeira consulta para implantação do sistema. Para o prefeito, a iniciativa ocorre em um momento desafiador, de pandemia. Zelionara disse que o momento é histórico para Rio Grande, pois não existe outra modalidade semelhante em funcionamento na rede municipal de Saúde. “O serviço vem somar com a necessidade que temos de atendimento especializado e agilidade”. Segundo a secretária, além de acelerar o trabalho da equipe de Saúde, a medida traz benefícios para o usuário, informando se ele tem condições de ser transferido e passar por avaliação pelo sistema.

Para a vice-presidente do IBSaúde, Caroline D’Andrea de Medeiros, o projeto de telemedicina é um instrumento importante porque o usuário tem condições de ser atendido por um especialista em uma UPA. “Ele é atendido por dois médicos, sendo um o plantonista clínico geral e o outro o neurologista ou cardiologista, de forma remota”. Ainda segundo Caroline D’Andrea, o modelo permite a redução de gastos e o aumento na qualidade do atendimento assistencial, passando a ser uma grande aliada para tornar os serviços médicos especializados no SUS mais acessíveis à população.  

ASPECTO LEGAL 

As ações de telemedicina estão sendo utilizadas e incentivadas por diversas organizações mundiais como meio de conter a transmissão do novo coronavírus. O Ministério da Saúde publicou a Portaria nº 467, de 20 de março, para permitir, em caráter temporário e excepcional, a interação direta a distância entre profissionais de saúde e pessoas usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS), da saúde suplementar e privada. Por meio das consultas remotas, há a ampliação do acesso à saúde e assim pode ser evitada a exposição da população ao novo vírus. Nesta emergência de saúde pública, as equipes da Atenção Primária à Saúde têm papel importante quanto à responsabilidade sanitária, capilaridade e resolubilidade no atendimento aos cidadãos. O governo federal reforça que a liberação das consultas por telemedicina será válida enquanto durar a Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin).

(Foto: Divulgação)