Rio Grande vem amargando com o aumento dos problemas de abastecimento de energia elétrica após o município passar a fazer parte da área de concessão da Ceee Grupo Equatorial. Nesta segunda-feira (21) o Ministério Público Estadual (MPE) anunciou que irá instaurar um inquérito civil para tratar do assunto.

ENTENDA MELHOR 

Os problemas aumentaram muito nas últimas semanas e as queixas de consumidores de todos os municípios que passaram a fazer parte do novo modelo de gerenciamento com o surgimento da Ceee Equatorial são as mais diversas. Na mediação que busca solucionar extrajudicialmente os problemas no abastecimento de energia elétrica de áreas do Estado atendidas pelo Grupo Equatorial, incluindo o município rio-grandino, o MP do Rio Grande do Sul conduziu nova reunião de trabalho hoje com a presença de representantes das diversas regiões do Estado que apresentam inconformidade com a situação agravada. A falta de informações, atendimento aos consumidores, assim como a demora no conserto de rede e na religação em caso de desabastecimento, foram alguns dos problemas relatados por agentes públicos municipais, parlamentares e representante dos consumidores.

Além de admitir falhas da empresa no atendimento aos consumidores e na demora no reabastecimento, os gestores da Equatorial se comprometeram com investimentos em equipamentos, digitalização de processos, resultando em mais canais de atendimento, e incremento das equipes, com a contratação de pessoal. “Nós fizemos essa reunião de trabalho mais ampla para permitir que vários segmentos da sociedade pudessem se manifestar e encaminhar suas questões à direção da empresa”, disse o procurador-geral de Justiça, Marcelo Dornelles. Concluída esta etapa, a Promotoria do Consumidor irá instaurar um inquérito civil para acompanhar as medidas anunciadas pela Equatorial no prazo estabelecido por eles, anunciou o procurador. No inquérito o Ministério Público vai confirmar essas informações e acompanhar o andamento dos investimentos propostos no tocante à melhoria da informação da resposta em relação a ocorrências de falta de energia. O MP quer respostas mais rápidas.

AGERGS 

A audiência, solicitada pela Comissão de Segurança e Serviços Públicos da Assembleia Legislativa, além dos municípios, teve participação da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do RS (Agergs). Conforme o deputado Edegar Pretto (PT), presidente da Comissão, as situações de falta de luz, que antes eram pontuais, agora viraram corriqueiras. Para ele, faltou objetividade da Equatorial durante a reunião, além de a empresa ter usado o espaço para falar mal da antiga Ceee. Alexandre Jung, gerente do setor de energia da Agergs, disse que o serviço de energia elétrica no Brasil é regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e que compete à Agergs fazer a fiscalização do setor no estado. Segundo ele, a Equatorial tem até o final deste ano para apresentar os resultados com os quais se comprometeu.

CONTRAPONTO  

O presidente da Equatorial Energia, Raimundo Bastos, disse que um dos pontos que motivaram os problemas foram os cinco eventos climáticos ocorridos na região de abrangência da empresa, além de prejuízos acumulados, custos operacionais e passivos. Já o superintendente da concessionária, Júlio Hofer, disse que é preciso um investimento para trocar cerca de 600 mil postes de madeira para postes de concreto para que a rede possa ter mais robustez. Para ele, a falta de investimento na infraestrutura básica da rede gera esse tipo de problema e a partir disso a empresa está buscando soluções.

(Imagem: Divulgação)