Há muito tempo as queixas e denúncias envolvendo problemas decorrentes de má gestão do Hospital Santa Casa de Rio Grande chegam ao conhecimento do Ministério Público Estadual e da mídia. Um dos setores mais preocupantes do complexo tem sido a porta de entrada, o Pronto-Socorro, onde as urgências e emergências chegam. Os funcionários do setor têm uma demanda intensa, pois a falta de estrutura, com número reduzido de médicos e funcionários, sobrecarrega quem está na linha de frente do atendimento às demandas sempre crescentes. Agora, surge uma luz no final do túnel com o anúncio feito ao Site Edson Costa Repórter pelo novo superintendente do hospital, César de Oliveira Paim.

DESORGANIZAÇÃO

“Temos que organizar a forma de atendimento. Hoje temos uma emergência muito desorganizada e totalmente atrasada”, enfatizou Paim. Ele falou que está projetada “uma grande reforma na Emergência”. O setor, segundo o superintendente, será totalmente adequado à política moderna, com a Classificação de Manchester. O local será dotado de total informatização. Pelo que garantiu o gestor hospitalar, a intenção é “qualificar e humanizar o atendimento aos pacientes em geral, frisando que os do Sistema Único de Saúde– SUS receberão igual tratamento em relação aos que possuem convênios ou são atendidos na modalidade Particular, ficando a diferença apenas no que se refere à hotelaria.

MANCHESTER

A referência que o superintendente fez ao sistema de triagem de Manchester foi para enfatizar que tende a seguir o modelo idealizado tempos atrás na Santa Casa. O Protocolo envolve metodologia científica que confere classificação de risco para os pacientes que chegam a uma unidade de pronto atendimento. O Sistema de Classificação de Risco dispõe de entradas, representando fluxos ou algoritmos para a definição da gravidade de cada caso, avaliação codificada em cores. Os fluxogramas estão agrupados de forma a identificar sinais, sintomas ou síndromes que habitualmente motivam a ida do paciente a um Pronto Atendimento. Cada cor de classificação determina um tempo máximo para o atendimento, evitando comprometer a saúde da pessoa. O paciente classificado com a cor vermelha, por exemplo, deve ser atendido de imediato, ou seja, tempo zero. As demais cores laranja, amarelo, verde e azul devem ser atendidas em tempo máximo de 10 minutos, 50 minutos, 120 minutos e 240 minutos respectivamente. O objetivo da triagem é separar os casos verdadeiramente urgentes dos não urgentes, garantindo o atendimento prioritário dos casos mais graves.

 

 

 

(Foto: Site ECR)