Os escândalos envolvendo obras superfaturadas, num cenário de corrupção no legislativo mais antigo do RS, continuam sem respostas à sociedade. Contudo, alta fonte ligada à esfera da justiça gaúcha, em Porto Alegre, garantiu hoje que dentro de poucos [quinze] dias deverão ser indiciados alguns atores que participaram dos esquemas sob investigação nos âmbitos do Ministério Público Estadual e da Polícia Civil.

A maior crise moral da Câmara Municipal do Rio Grande teve seu ápice em junho de 2018 com a prisão de Marcos Marcelo Coelho, ex-administrador da empresa responsável pelas transmissões da TV Câmara, mais tarde condenado pela justiça. No mesmo período, obras feitas no prédio do legislativo, na Rua General Vitorino, passaram a ser investigadas. O Portal Edson Costa Repórter teve acesso a informações sobre investigações em torno do caso das obras. Todos os conteúdos do Inquérito Civil (IC) figuram com o protocolo de classificação de sigilo, pela gravidade do caso e para que nenhum fator externo comprometa o minucioso trabalho.

Embora seja pequeno o risco de prisão de vereadores e ex-vereadores neste momento, enquadramentos em improbidade administrativa e concussão são elevados. O Ministério Público, desde o procedimento inicial, no dia 25 de maio do ano passado e até hoje, fez exatamente 50 diligências nas investigações em torno das obras da câmara em três gestões legislativas, entre 2015 e 2017. Pelo menos uma empresa, além de várias pessoas, estão sob investigação. No mesmo período, o Inquérito Civil teve setenta e duas situações onde foi mandado juntar documentos, de diferentes formatos, como ofícios e intimações, dentre outros. Somente no que se refere a obras, ao longo do inquérito o representante do Ministério Público fez quinze manifestações formais, tudo com total sigilo. Sobre os escândalos na TV Câmara existe um procedimento criminal e um inquérito civil em andamento. O clima no legislativo é de forte tensão desde ontem.