Na condição, ainda, de presidente interino da Santa Casa de Rio Grande, o pastor luterano emérito Ruben Bonato, após ser alvo de dura manifestação do promotor de Justiça Érico Rezende Russo, recebeu outro documento que o coloca em situação ainda mais fragilizada. Em meio a um bombardeio de críticas e denúncias, a maioria envolvendo a falta de transparência nas ações, agora quem se manifestou foi o Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul- Cosems/RS.

O Ofício nº 45/2019 assinado pelo presidente do Cosems, Diego Espíndola de Ávila, e dirigido ao presidente interino Ruben Bonato, sugere que a escolha de quem irá fazer a gestão da Santa Casa “tenha a maior transparência possível”. O texto é firme e pede que haja “ampla concorrência com o objetivo de avaliar a melhor proposta para a Santa Casa de Rio Grande, maior complexo hospitalar do interior do RS e fundamental para a saúde gaúcha”. Conforme o texto assinado por Diego de Ávila, “mediante tal cenário e sabendo que a instituição está selecionando grupo especializado para a gestão hospitalar”, foi oferecida ajuda ao presidente da Santa Casa.

A intenção do Cosems/RS é fornecer “ajuda técnica na análise da melhor e mais qualificada gestão para o hospital”, pontuou o documento. O texto também refere que o conselho acompanhou “a tentativa anterior que não obteve êxito”, uma alusão à jogada de entregar a Santa Casa para o domínio do Instituto Viva Mais (IVM), liderado pelo bilionário Ruy Muniz, o que mereceu dura manifestação do Ministério Público estadual, expondo o envolvimento do empresário em vários processos, inclusive sua condição de ex-presidiário, por condutas lesivas envolvendo dinheiro público, em Minas Gerais. O ofício do Cosems ressaltou que a Secretaria Estadual de Saúde está à disposição para auxiliar do ponto de vista técnico. A presidência da Associação Santa Casa de Rio Grande não se manifestou ainda sobre o assunto.