Os escândalos na Câmara de Vereadores de Rio Grande tiveram mais um capítulo com despacho judicial modificando a decisão que bloqueou os bens do ex-presidente do legislativo no ano de 2015, Thiago Pires Gonçalves e outros réus.

Em julho deste ano, a justiça indisponibilizou R$ 3.049.074,09 de réus como conclusões de investigações sobre possíveis irregularidades na execução dos contratos de obras realizadas na Câmara Municipal na gestão do então presidente Thiago Pires Gonçalves (‘Thiaguinho’– ex-MDB). Foram interpostos embargos de declaração pelas defesas dos réus. Agora, após o Ministério Público Estadual– MPE, autor da ação contra os acusados, reconhecer que ocorreram equívocos nos valores apontados na petição inicial, como duplicidade de lançamentos de despesas, a juíza da 3ª Vara Cível da comarca local, Fernanda Duquia Araújo, definiu novo valor para a indisponibilidade dos bens de Thiaguinho e dos demais réus implicados na ação do MP referente ao exercício de 2015. A juíza considerou que houve excesso de valores apresentados na peça de denúncia do Ministério Público Estadual e reduziu a indisponibilidade em quase R$ 2 milhões. O novo montante para a indisponibilidade de bens dos acusados é de 1.214.883,99.

Com isto, ficou reconhecido que o erro nos cálculos da peça inicial foi de R$ 1.834.190,10. Ao modificar a decisão de valores, a juíza mandou citar o ex-presidente da câmara, Thiago Pires Gonçalves. O valor de R$ 1.214.883,99 representa os gastos em obras no prédio da Câmara municipal e a multa máxima permitida pela Lei de Improbidade Administrativa.

RELEMBRE A SAGA

Além dos problemas na gestão de 2015 da presidência da Câmara, outros dois ex-presidentes estão respondendo judicialmente. O vereador José Antonio da Silva (‘Repolhinho’-PSDB), que presidiu o legislativo em 2016, teve seus bens bloqueados, junto com outros envolvidos nas denúncias. O montante é de R$ 2.050.853,97. Já o presidente no ano de 2017, José Claudino Alves Saraiva (‘Charles’ Saraiva-MDB) teve seus bens declarados indisponíveis, junto com outras pessoas, em R$ 1.786.579,50, tudo a partir de ações civis públicas ajuizadas pelo MPE.

Somando os anos de 2015, 2016 e 2017, o total de bloqueio de bens nas gestões de ‘Thiaguinho’, ‘Repolhinho’ e ‘Charles’ é de R$ 5.052.317,46, além de outras sanções que foram impostas às três figuras públicas.


(Foto: Wilson Rosa da Fonseca)