Não adiantaram os inúmeros protestos da comunidade de Rio Grande e os mais de 200 detentos do Presídio Regional de Pelotas estão sendo deslocados para a Penitenciária Estadual de Rio Grande-Perg. O governo do Estado vai recuperar as galerias A e B do presídio em Pelotas, um serviço com duração estimada em seis meses. Até a conclusão da obra pública, que poderá atrasar, os 204 presos dividirão o já comprometido espaço na Perg, em setores separados, por medida de segurança. São 161 homens e 43 mulheres. Vários detentos oriundos de Pelotas fazem parte de facções criminosas e têm perfis agravados, o que aumentou a tensão nas galerias da Penitenciária na Vila da Quinta.

A Secretaria da Administração Penitenciária (Seapen) e a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), por meio da 5ª Delegacia Penitenciária Regional cuidam de diferentes etapas da operação originada nas obras das instalações elétricas e hidrossanitárias da casa prisional pelotense. O reservatório de água, com capacidade de 65 mil litros, também apresenta infiltração. O custo total da reforma a ser realizada pela TFG Engenharia é de cerca de R$ 428 mil.

A Brigada Militar desenvolveu estruturada e cautelosa operação ao longo desta segunda-feira (14) para evitar problemas na transferência dos apenados, a maioria de elevada periculosidade. O superintendente-adjunto da Susepe, Everson Munhós, explicou que as transferências foram acordadas com a Vara de Execuções Criminais (VEC) e ocorrem para garantir a segurança de apenados e de servidores em Pelotas. “A Perg é a única casa prisional da região qualificada para receber esses presos, pois tem estrutura física adequada e menor lotação por cela”, explicou a delegada penitenciária Deisy Vergara.

O governo do Estado priorizou o contato e a assistência aos familiares e já anunciou que vai reforçar o efetivo do complexo prisional da Vila da Quinta, inclusive liberando o pagamento de horas extras a servidores envolvidos. Colchões novos e material de higiene foram garantidos para os novos apenados que chegam a Rio Grande. Somente outros vinte presos de Pelotas acabaram tendo como destino casas prisionais em Santa Maria, Santa Cruz do Sul e Porto Alegre. O município com maior impacto é mesmo Rio Grande. Foram acionados para a operação, servidores da Brigada Militar, agentes penitenciários do Grupo de Intervenção Regional, agentes da 8ª Delegacia Penitenciária Regional, integrantes da Corregedoria da Susepe, Polícia Rodoviária Federal e Bombeiros.


(Foto: Divulgação/Susepe)