É de Portugal o vencedor e recordista da Extremo Sul Ultramarathon, edição 2019. João Oliveira (foto) participou pela primeira vez da competição e estabeleceu o novo recorde para a desafiadora distância de 226 quilômetros. O português, de 41 anos, percorreu a distância em 27h45, diminuindo o recorde da prova que era de 29h29 do brasileiro João Schena. O representante de Portugal é considerado um dos grandes nomes da ultramaratona, com dezenas de provas na bagagem e cruzou a linha de chegada, na Avenida Rio Grande, às 14h55 desta sexta-feira, feriado nacional.
UM MAR DE DIFICULDADES
A largada de homens e mulheres na 4ª edição da Extremo Sul Ultramarathon foi na manhã de quinta-feira (14), na Avenida Brasil, em Chuí. Em seguida, passariam pela Barra do Chuí, Praia do Hermenegildo em Santa Vitória do Palmar, até a linha de chegada, no Cassino, em Rio Grande. Era preciso superar a areia, o vento e a água em vários pontos na faixa de praia, além das adversidades climáticas da região. Alguns não superaram o cansaço e desistiram. A organização da competição fixou em 54 horas o tempo máximo para os atletas completarem a distância de 226 quilômetros. O português João Oliveira manteve o foco sempre, sem reclamar das dificuldades ao longo da ultramaratona desenvolvida no formato “non stop”, ou seja, sem parar. O português, que mora em Lisboa, costuma dizer sempre em relação às duras competições internacionais que participa: “se os outros conseguem chegar, eu tentarei. Se até hoje ninguém conseguiu, verei até onde poderei chegar”.
Neste ano, o paratleta e ultramaratonista rio-grandino Vladmi Virgílio dos Santos, que é cego, participa da prova tentando atingir um novo recorde, percorrendo sozinho e sem guia os 226 quilômetros. Vladmi já percorreu os desertos de Atacama (Chile), do Saara (África), de Gobi (Ásia), além de enfrentar o frio da Antártida. Figura conhecida internacionalmente, ele está correndo com extrema determinação, segundo os organizadores que monitoram o percurso através de satélite e deverá chegar no Cassino neste sábado.
A competição é organizada pela empresa Osmose Promoção de Eventos Turísticos Esportivos e contou com o suporte das prefeituras de Chuí e de Rio Grande, além do 5º Distrito Naval, 3º Batalhão de Bombeiros e voluntários do curso de fisioterapia da Faculdade Anhanguera. A prova é considerada a maior ultramaratona de praia do mundo.
A festa de encerramento com a entrega da premiação acontece às 20 horas deste sábado (16), na Avenida Rio Grande, entre as ruas Maria Araújo e Avenida Beira Mar.
ATUALIZAÇÃO
Confirmando as expectativas, o rio-grandino Vladmi Virgílio dos Santos, quebrou um recorde mundial ao concluir a prova com o tempo de 47h08, sem o auxílio de um guia. Ele chegou sábado, às 10h18, sendo o 11º competidor na classificação geral.
A vencedora do feminino foi a catarinense da cidade de Indaial Ivoneti Wild, 45 anos, sagrando-se bicampeã da prova Extremo Sul na sua categoria. A atleta bateu o recorde na competição, que era da carioca Cleide Marques, que em 2016 completou o percurso em 37h19min e concluiu os 226 quilômetros em 33h50min.
CLASSIFICAÇÃO GERAL
1º – João Oliveira (Portugal)
2º – Wagner Zanzi Martins (Santa Catarina)
3º – Ivoneti Loes Wild (Santa Catarina)
4º – Maria Eugenia Challiol (Argentina)
5º – Rosana Almeida (Rio Grande do Sul)
6º – Sérgio Cedano e Adilson Hertel (São Paulo e Santa Catarina)
7º – Moisés Carmona Torres (Paraná)
8º – Jorge Coentro (Brasília)
9º – Cleide Marques (Rio de Janeiro)
10º – Sandro Cassuriaga (Rio Grande do Sul)
11º – Vladmi Virgílio (Rio Grande do Sul)
12º – Eduardo Pinto (Rio de Janeiro)
13º – Marcos Rosa (Rio Grande do Sul)
14º – Christian Vicente (Rio Grande do Sul)
15º – Thiago Willians (Brasília)
16º – Sérgio Souza (São Paulo)
17º – Alex Mello Azambuja (Rio Grande do Sul)
18º – Nelsi Strelow (São Paulo)
19º – Ana Matilde Fauat (Paraná)
20º – Ariovaldo Júnior (Espírito Santo)
21º – Marcos Dias e Michel Lourenço (Rio Grande do Sul)
22º – Jean de Moraes (Santa Catarina)
Vladmi Virgílio
(Fotos: Divulgação/Thiago Diz)
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