Uma nota de forte teor foi liberada nesta sexta-feira (03) pela empresa Noiva do Mar Serviços de Mobilidade sobre medidas “para evitar o iminente colapso do sistema de transporte” em Rio Grande.

A nota inicia desfraldando a situação verificada atualmente no município. “O sistema de transporte coletivo urbano de Rio Grande, operado pelas empresas Transpessoal e Noiva do Mar Serviços de Mobilidade, enfrenta um quadro de dificuldades sem precedentes em sua história. A redução da demanda de transporte por ônibus já passa de 85% face às medidas impostas de isolamento social para conter a disseminação do Covid-19”. Segundo as empresas operadoras, o cenário de crise repercute diretamente na operação do serviço, uma vez que o modelo de custeio atualmente adotado depende, exclusivamente, da quantidade de passageiros pagantes transportados.

CHAMANDO NO PITO

A nota apresenta uma queixa: “não há nenhum tipo de subsidio para o transporte coletivo urbano em Rio Grande”. A Noiva do Mar solicitou “apoio às entidades competentes no sentido auxiliar no custeio da manutenção do serviço, tido como essencial e um direito social pela Constituição Federal”. Foi mais longe ao atestar que, “infelizmente, diante da falta de resposta das entidades competentes e de soluções efetivas para o transporte coletivo, assim como todas as empresas de ônibus do Brasil que não receberam apoio, verificamos a real incapacidade de as empresas honrarem com seus compromissos”.

Diante deste cenário, o setor foi obrigado a tomar o que a Noiva do Mar classifica como “decisões difíceis e adotar medidas temporárias de ajuste, tanto no seu quadro de pessoal, como no cronograma de pagamento a fornecedores, visando evitar o iminente colapso do sistema de transporte”.
Segundo a nota, as empresas estão adotando diversas medidas para honrar principalmente com o pagamento dos seus funcionários, que hoje representa mais de 50% do faturamento, e de manter os veículos abastecidos para operação emergencial, preservando o maior número de empregos possíveis.

A Noiva do Mar hoje conta com quase 500 funcionários. A empresa afastou das atividades pessoas do quadro de risco (idosos, diabéticos e cardíacos) e concedeu férias coletivas a mais de 200 funcionários. Fez redução de jornada e salário, proporcionalmente, de pessoal de manutenção e administrativo. A empresa também suspendeu temporariamente contratos de experiência e o programa Jovem Aprendiz, além de estar reprogramando todos os pagamentos de fornecedores, para honrar salários. “Ainda assim o cenário é preocupante e medidas mais enérgicas precisaram ser tomadas como forma de evitar o colapso imediato do sistema, como demissão de 45 funcionários, entre os setores administrativos, manutenção e operação (motoristas e cobradores)”.

As rescisões foram feitas de forma que os funcionários possam já ter acesso ao Seguro-desemprego e sacar o FGTS já depositado.
Segundo a empresa, estão sendo tomadas todas as medidas possíveis para, em breve, realizar o pagamento das verbas rescisórias e da multa rescisória do FGTS nos termos da legislação vigente. “Até lá, a empresa estará arcando com o pagamento do plano de saúde do funcionário e auxilio de alimentação”. A Prefeitura ainda não se manifestou oficialmente em sua plataforma oficial a respeito da posição dos empresários do transporte coletivo.


(Foto: Wilson da Fonseca)