“Rio Grande está na UTI”, atacaram hoje (15) os empresários através da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), fazendo duras críticas ao comportamento do prefeito Alexandre Lindenmeyer (PT) em relação às restrições impostas ao funcionamento do comércio. Os mais de 500 associados, através da entidade, acusaram o prefeito de negar o diálogo com os lojistas. Quando os empresários esperavam que Lindenmeyer em sua fala pelas redes sociais flexibilizasse as medidas em vigência, o anúncio de continuar o rigor no comércio foi uma ducha de água fria nas pretensões dos empresários, que partiram para o ataque frontal.

ENTENDA O CENÁRIO

O prefeito Alexandre Lindenmeyer encampou a decisão provisória do Comitê Técnico em Saúde, “levando em consideração todos os fatores, dentre eles, a capacidade de leitos de UTI no caso de um aumento no número de casos” [de Covid-19]. O prefeito decidiu “não flexibilizar as atividades no comércio, além daquelas já permitidas no Decreto Municipal nº 17.117 ainda em vigor”.

“Diante de todo esse quadro, considerando que estamos há 53 dias com restrições, que dezenas de empresas estão fechando, centenas de famílias estão perdendo emprego, nossa entidade manifesta aqui total repúdio e inconformidade com esse tratamento, ao mesmo tempo em que não podemos mais aceitar as alegações de que a capacidade de atendimento em Rio Grande ainda é precária”, advertiram, em nota, os empresários. A CDL relembrou as vezes que tentou dialogar com Lindenmeyer, sem resultado efetivo. Acusa a CDL que, no dia 05 de maio, véspera do último decreto, sugeriu que fosse modificada a limitação de 50m² pelo alvará do estabelecimento, para 25m² por cliente na área de atendimento, o que permitiria atingir a cadeia econômica de forma geral.

“Novamente não fomos atendidos, sempre com a alegação de que o comitê técnico se posicionou pelo decreto na forma original, comitê ao qual nunca nos foi permitido dialogar, o que não aceitamos pelo simples fato de que estamos também tratando de salvar vidas”. Hoje o prefeito mencionou que vai alterar o decreto para que o limite de 50m² seja apenas na área de atendimento. “Isso demonstra que estávamos certos e que mais uma vez não seremos atendidos, pois a forma colocada trará problemas desnecessários como o limite de espaço de exposição e circulação, além de ainda restringir diversas lojas”.

Os lojistas condenaram a atitude do prefeito em não seguir o plano do governo gaúcho de distanciamento controlado para o RS, “com base científica, tendo sido reconhecido como o melhor plano do país por muitas autoridades”. Para a entidade, nada mais pode justificar a manutenção das atuais regras, pois Rio Grande está classificada hoje como bandeira laranja no distanciamento controlado, “por não ter feito o dever de casa nestes 53 dias para melhorar a capacidade de atendimento na saúde”. A CDL anunciou que está havendo uma “quebradeira”, com muitas demissões no comércio, ao acusar atitude intransigente por parte do prefeito. “Nossa cidade está na UTI”, reforçou a CDL, enquanto Lindenmeyer prometeu realizar nova reunião segunda-feira que vem para tratar do assunto.


(Foto: Bancos de Dados/Site)