A atual direção da Santa Casa de Rio Grande arregaçou as mangas e corre atrás da liberação de aproximadamente R$ 5 milhões que o governo federal deixou de repassar à entidade, por culpa do atraso na entrega de um relatório.

ENTENDA O IMBRÓGLIO 

A informação preliminar sobre a falha cometida, ainda no tempo da empresa de consultoria GV Consulting, que ‘administrava’ a Santa Casa, chegou ao Site Edson Costa Repórter, que obteve a confirmação da existência do impasse e da tentativa de reaver o recurso. O presidente do hospital, Renato da Silveira, confirmou a existência do problema. Ele explicou que no ano passado o governo federal deu aos hospitais a oportunidade para que fossem demonstrados os gastos elevados decorrentes das internações, especialmente nas UTIs, decorrentes da pandemia de Covid-19. O dinheiro do governo era para compensar os gastos no atendimento aos pacientes com coronavírus, mas o relatório, com a documentação exigida pelo Ministério da Saúde deveria ter sido entregue até dezembro do ano passado, o que não aconteceu. A Santa Casa, perdendo o prazo, não teve o aporte da verba pública assegurado. A entrega da documentação ocorreu somente no início de 2021, em janeiro, e fatalmente o atraso acabou atrapalhando os planos do hospital em receber os quase R$ 5 milhões.

Renato da Silveira disse que o trabalho é intenso para reaver o dinheiro capaz de garantir um fôlego à Santa Casa. O hospital está com salários do pessoal em dia, mas reconhece que ainda há valores [da antiga gestão] que não foram pagos, do ano de 2018. Dentre as ações desenvolvidas em busca de recursos, além de tentar reverter o problema ocorrido e reaver os cerca de R$ 5 milhões, a direção trabalha junto ao Ministério Público Estadual e Ministério Público Federal em busca da liberação de novos recursos. “Estamos demonstrando todo o trabalho realizado. Não existe fórmula mágica, especialmente diante do jeito como se encontra a Santa Casa, onde quase tudo é desestruturado, precisando de um amplo realinhamento”. Contudo, frisa que o problema não é só financeiro. O principal é trabalhar por uma melhor assistência aos pacientes da Santa Casa, que atende Rio Grande e uma extensa região. “Lutamos para resgatar a confiança na Santa Casa e temos de seis a oito meses pela frente até que se consiga chegar a um equilíbrio”. Renato da Silveira disse que todo mês será um grande desafio para cobrir os custos gerais do hospital, principalmente com a folha de pagamento.

(Foto: Site ECR)