A Ala São Lucas I do Hospital Geral da Santa Casa de Rio Grande em breve terá seu espaço destinado ao atendimento de pacientes exclusivamente da área da saúde mental. A decisão já está tomada, segundo garantiu ao Site Edson Costa Repórter o presidente da Santa Casa, Renato Menezes da Silveira. No encerramento de 2021, ou no máximo quando iniciar 2022, o Hospital Psiquiátrico Vicença Maria da Fontoura encerrará sua atividade histórica de atendimento a pacientes da saúde mental. A decisão já está tomada e o Hospital Psiquiátrico, que durante muito tempo manteve estrutura ativada com cerca de 130 leitos de internação, referência para pacientes de Rio Grande e dezenas de outras cidades da região, colocará fim à sua missão histórica. Hoje o complexo funciona com capacidade reduzida a 40 pacientes e, mesmo assim, as vagas são reguladas através do Sistema de Gerenciamento de Internações– Gerint.

A direção já tem o projeto da nova unidade, disse o superintendente da Santa Casa, César Paim. O projeto já foi encaminhado ao Ministério da Saúde. Contudo, o Hospital Psiquiátrico vai transferir para a ala reservada a tal finalidade na Santa Casa apenas 30 leitos. Paim disse que o local não irá necessitar de obra de porte. Segundo refere, medidas de atenção à saúde mental também já vêm sendo tomadas em Rio Grande através da Prefeitura Municipal, o que tende a reduzir bastante a demanda atendida pela Santa Casa. Para o presidente Menezes da Silveira, este é o verdadeiro sentido de um trabalho em rede, otimizando ações, reduzindo custos e favorecendo a operacionalidade do sistema. O Setor São Lucas I, segundo Paim, estava voltado aos pacientes com cobertura de planos de saúde e também aos da esfera particular.

Com as mudanças, uma vez os atendimentos particulares e de convênios sendo relocalizados no complexo do Hospital de Cardiologia, a ala servirá para acolher os pacientes da psiquiatria. O superintendente assegura que o sistema terá total segurança, não causando qualquer tipo de problema ao curso normal do atendimento prestado no Hospital Geral. Representantes da 3ª Coordenadoria Regional da Saúde do governo gaúcho e da Vigilância Sanitária já estiveram avaliando o novo local, informou ao Site o superintendente. O enquadramento físico da nova unidade de saúde mental seguirá rigorosamente o que está preconizado nas Resoluções de Diretoria Colegiada (RDCs) da autoridade em Saúde do país, de forma a evitar problemas à qualidade dos serviços voltados à população.

INCÓGNITA 

Profissionais da área da saúde, familiares de pacientes, colaboradores e pessoas que ajudaram a manter durante décadas o funcionamento do Hospital Psiquiátrico de Rio Grande têm perguntado sobre a futura destinação do complexo situado no Bairro Cidade Nova. Segundo o superintendente da Santa Casa, ainda não está definido o que será concentrado naquele local, mas assegurou ao Site Edson Costa Repórter que as instalações do Hospital Vicença Maria da Fontoura não serão vendidas para pagar dívidas ou canalizar recursos para outras áreas da instituição. Contudo, Paim afiançou que a área, de grandes dimensões, e seus prédios serão utilizados em um projeto voltado à saúde. “Tudo ainda está sendo tratado, mas não há decisão final, exceto que a área seguirá servindo a outra finalidade da área da saúde”.

O superintendente cogitou a possibilidade de que ali seja localizado algo em regime de parceria, o que está sendo visto detidamente pela direção. O superintendente lembrou ainda que existe, como em outros setores do complexo Santa Casa, penhora do imóvel onde está situado o Hospital Psiquiátrico. Outra grande interrogação que existe na cidade é em relação ao corpo de funcionários do Hospital Psiquiátrico após a mudança. “Todo o pessoal que trabalha lá virá para cá”. Os profissionais atualmente em atividade no Hospital Psiquiátrico irão trabalhar na unidade que passará para o novo setor, uma experiência projetada pela direção da Santa Casa com os trinta leitos. “Não haverá demissões. Só transferência de pessoal”, reforçou César Paim.

(Foto: ACSC/Divulgação)