Os doentes socorridos através das unidades do SAMU em Rio Grande poderão ser levados para atendimento na cidade de Pelotas. A possibilidade foi aventada nesta quarta-feira (28) pelo prefeito Alexandre Lindenmeyer, do PT, em reunião fechada com vereadores na sede do legislativo. Da reunião participaram também o secretário de Saúde, Maicon de Barros Lemos e o presidente da Santa Casa, bispo emérito Dom José Mário Stroeher.

TRAGÉDIA ANUNCIADA

A crise na Santa Casa começou em abril de 2015 com a intervenção feita pela prefeitura no hospital que atende 23 municípios da região sul gaúcha.

Na reunião de hoje, Lindenmeyer anunciou querer que o assunto da Santa Casa de Rio Grande seja encaminhado ao governador Eduardo Leite, do PSDB. Na reunião, cercada por grande expectativa de uma proposta concreta para o hospital, o prefeito anunciou apenas que pretende o agendamento de uma audiência com o governador. “A expectativa é que vereadores, deputados e prefeitos da região sensibilizem o governo gaúcho para que, por meio do Banrisul, firme a pactuação pretendida pela Santa Casa”, explicou.

Sem mencionarem exatamente os valores, o prefeito e a direção da Santa Casa querem mais recursos do governo gaúcho, mesmo com os repasses estando em dia por parte do estado. A alegação do prefeito petista para o hospital de Rio Grande receber recursos via Banrisul é que a Santa Casa de Pelotas teve tal oportunidade. Conforme o prefeito, “isto garantiria o funcionamento do hospital”. O documento idealizado pelo prefeito foi entregue aos vereadores na reunião, sob a justificativa que o Banrisul deve liberar empréstimo emergencial para aliviar a situação da Santa Casa. Mesmo reconhecendo a existência de outros elevados empréstimos feitos pela Santa Casa nos últimos meses, Lindenmeyer insiste que a solução do problema deve vir do governo estadual através do Banrisul.

DESESPERADOR

Alexandre Lindenmeyer disse que há uma preocupação da gestão municipal do Sistema Único de Saúde– SUS pela interdição e desabilitação de serviços hospitalares no município. Usando o mesmo discurso que embasou a intervenção da prefeitura na Santa Casa em 2015, Lindenmeyer voltou a afirmar que “a Santa Casa de Rio Grande apresenta todas as especialidades de Alta Complexidade do SUS, o que é motivo de interesse de várias instituições hospitalares do estado”. O prefeito tenta justificar que, “caso haja a migração destas credenciais para outras cidades, Rio Grande seria um município referenciado, mas não possuiria nenhum serviço especializado, tornando-se necessário, inclusive, levar pacientes atendidos pelo SAMU para o Pronto Socorro Regional em Pelotas”. O governador Eduardo Leite ainda não foi comunicado da intenção do prefeito de Rio Grande.


(Foto: Divulgação-PMRG)