A nova direção da Santa Casa de Rio Grande descartou totalmente a possibilidade de abertura de 30 leitos para internação psiquiátrica no Hospital Geral, sepultando a ideia que nos últimos meses intranquilizou a população, funcionários e médicos da entidade.

Por questões técnicas, estruturais e de segurança a medida, gestada por antiga administração, não será concretizada. Conforme Luciano Ramos Lopes, atual administrador, seria necessário muito investimento para readequar as instalações atuais da Santa Casa a fim de receber os pacientes. A medida que estava sendo cogitada, previa diminuir o número de internações da psiquiatria e destinar uma ala na Santa Casa com capacidade para apenas trinta leitos. A mudança exigiria esforço redobrado em relação ao controle de circulação e garantia dos direitos, como banho de sol e recreação dos pacientes.

Ramos Lopes reconheceu que o atual complexo psiquiátrico precisa de melhorias, o que está sendo visto pela direção da Santa Casa. “Desde que assumimos, sequer estudamos a possibilidade de transferir o atendimento psiquiátrico de onde está para o prédio do Hospital Geral”, assegurou. Informou que há um esforço voltado à ampliação das medidas de humanização já em curso do Hospital Psiquiátrico. Segundo o administrador, Rio Grande e a região Sul têm uma demanda significativa de pacientes psiquiátricos, o que requer uma série de medidas para melhorar a estrutura de atendimento. Com o total de 100 leitos e 68 pacientes internados hoje, o Hospital Psiquiátrico, por decisão local não caminha na direção da política antimanicomial. A direção entende que manter o atendimento é uma necessidade para o município e região. Várias internações são compulsórias, determinadas sempre por juízes.

A Santa Casa de Rio Grande mantém ainda, em área contínua às instalações do Psiquiátrico, o Hospital-Dia, que atende até trinta pessoas, realizando um serviço intermediário entre a internação e o ambulatório, facilitando a reintegração das pessoas ao convívio social.